Parlamentares retomam esforço pela CPI do Abuso de Autoridade

Parlamentares da oposição ao governo Lula anunciaram na terça-feira 13 que vão tentar, novamente, aprovar no Congresso Nacional a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar possíveis abusos cometidos pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.

A Folha de S.Paulo obteve conversas entre auxiliares diretos de Moraes no STF e no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que mostram que o ministro escolhia quem seria investigado e exigia que informações constassem do relatório.

A chamada CPI do Abuso de Autoridade voltou a entrar no radar dos parlamentares, uma vez que, em novembro de 2022, o deputado federal Marcel Van Hattem (Novo-RS) já havia tentado emplacar a Comissão. Contudo, não houve adesão suficiente no parlamento.

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Na época, o deputado gaúcho protocolou o pedido de CPI para investigar a violação de direitos, censura e atos de abuso de autoridade por parte de membros dos tribunais superiores, como STF e TSE.

Alexandre de Moraes escolheu alvos, diz reportagem

Conforme reportagem do jornal Folha de S.Paulo, publicada nesta última terça-feira, 13, o gabinete do ministro Alexandre Moraes usou instrumentos jurídicos fora do protocolo oficial. E, assim, conseguiu investigar e punir aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no Inquérito das Fake News e das “milícias digitais”. O gabinete do ministro, no entanto, diz que os procedimentos foram oficiais e regulares

Deputado Marcel Van Hattem (Novo/RS) em discurso do plenário da Câmara dos DeputadosDeputado Marcel Van Hattem (Novo/RS) em discurso do plenário da Câmara dos Deputados
Para o deputado Marcel Van Hatten (Novo/RS), a CPI é inadiável e pode resultar
no impeachment do ministro Alexandre de Moraes | Foto: Divulgação/ Câmara dos Deputados

Nesta quarta-feira, 14, Van Hattem publicou uma nota em sua página no Instagram. O perfil tem mais de 1,5 milhão de seguidores. No texto, o parlamentar diz não haver nenhuma novidade quanto à “conduta ilegal do ministro-ditador”. 

O deputado acrescentou que a reportagem deixa claro o descontrole e a prepotência de Moraes sobre os subordinados, além da exigência no sentido de que “cometessem as mais absurdas ilegalidades”. Van Hattem termina o texto propondo impeachment.

Parlamentares pedem aprofundamento nas investigações

O deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) afirmou que irá pedir mais detalhes sobre a reportagem que denuncia Moraes por eventual abuso de autoridade. O parlamentar acrescentou que é preciso aprofundar as investigações. 

O senador Eduardo Girão (Novo-CE) afirmou, em pronunciamento no Congresso, que um grupo de senadores e de deputados está fazendo um pedido de impeachment coletivo.

O parlamentar destacou que o documento, com mais de 20 páginas, lista ilegalidades relacionadas a atos em que ministro cometeu falhas processuais. Segundo Girão, as assinaturas serão colhidas até o dia 7 de setembro.  

Senadora sugere renúncia de Moraes

A senadora Damares Alves (Republicanos-DF) declarou em sua página no Instagram que se 5% do que foi divulgado for verdade, cabe ao ministro apresentar o pedido de renúncia. “Dessa forma, vai ser mais fácil para todo mundo. É o mínimo que ele poderia fazer agora pela garantia de nossa democracia”, afirmou.

Senadora Damares Alves em discurso no plenário do Senado FederalSenadora Damares Alves em discurso no plenário do Senado Federal
Se 5% das denúncias forem verdadeiras, Alexandre de Moraes deve renunciar,
sugere a senador Damares Alves (Republicanos/DF) | Foto: Divulgação/Agência Senado

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