Lula nomeia novo secretário do Ministério dos Direitos Humanos

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nomeou nesta segunda-feira, 9, o novo secretário-executivo do Ministério dos Direitos Humanos, depois da demissão do ministro Silvio de Almeida e da secretária-executiva Rita de Oliveira, que pediu exoneração na última sexta-feira, 6.

Cilair Rodrigues de Abreu, que atualmente trabalha no Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos (MGI) com a ministra Esther Dweck, assumiu interinamente a secretaria-executiva do MDH.

Ele também está interinamente à frente do comando dos Direitos Humanos, enquanto Lula decide quem ocupará os cargos permanentemente. A expectativa é que um membro do PT assuma a pasta.

A nomeação de Abreu foi publicada no Diário Oficial da União, assinada por Lula e pela ministra Esther Dweck. Abreu trabalha com a ministra desde que ela foi secretária de Orçamento no governo Dilma Rousseff (PT).

Atualmente, Abreu é secretário de Serviços Compartilhados do MGI, economista e servidor de carreira, responsável pela parte administrativa de 13 ministérios, incluindo o dos Direitos Humanos.

Lula demite Silvio de Almeida

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O presidente eleito Lula (esq) e o professor Silvio Almeida, durante indicação do docente para o Ministério dos Direitos Humanos, na sede do governo de transição – 22/12/2022 | Foto: TVPT/YouTube/Reprodução

Rita de Oliveira, braço direito do ex-ministro Silvio de Almeida, pediu exoneração sem apresentar os motivos. Almeida foi demitido sob suspeita de assédio sexual contra várias mulheres, incluindo a ministra Anielle Franco, da Igualdade Racial.

Na última sexta-feira, 6, Oliveira se colocou à disposição das investigações, que serão conduzidas pela Polícia Federal e pela Comissão de Ética da Presidência da República. A Polícia Federal começará a colher depoimentos nesta semana.

Silvio Almeida classificou as denúncias como “mentiras” e afirmou em vídeo que são “ilações absurdas” sem provas. Ele afirmou que as acusações têm o objetivo de “diminuir a existência” de pessoas negras.

“Há um grupo querendo apagar e diminuir as nossas existências, imputando a mim condutas que eles praticam”, afirmou Almeida. “Com isso, perde o Brasil, perde a pauta de direitos humanos, perde a igualdade racial e perde o povo brasileiro.”

Mulher de Almeida atribui denúncias ao racismo

Ednéia Carvalho, mulher de Almeida, atribuiu as denúncias feitas à ONG Me Too ao “racismo”. Segundo ela, os ataques são “baseados em mentiras, ressentimento e racismo” contra ele e “sua equipe ministerial”.

“Um homem negro e uma mulher negra estão sendo acusados de serem arrogantes e autoritários. É sempre assim. A branquitude não aceita a negritude com poder”, disse Carvalho.

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