Comissão de Ética da Câmara abre investigação contra Glauber Braga por agressão a Gabriel Costenaro

Glauber Braga – Foto: Lula Marques/Agência Brasil

O Conselho de Ética da Câmara dos Deputados aprovou, por 10 votos a dois, o início de uma investigação por quebra de decoro parlamentar contra o deputado federal Glauber Braga (PSOL-RJ). O processo foi aberto após Braga empurrar e expulsar da Câmara o agora candidato a vereador do Rio pelo partido Novo, Gabriel Costenaro, durante um confronto em que Costenaro insultou a mãe do parlamentar.

Em sessão anterior, após tomar conhecimento do parecer favorável à investigação, Glauber Braga acusou o presidente da Câmara, deputado Arthur Lira (PP-AL), de articular uma tentativa de cassação de seu mandato no Conselho de Ética.

O relator do processo, deputado federal Paulo Magalhães (PSD-BA), negou qualquer influência de Lira sobre sua decisão e justificou que a abertura da investigação era inevitável, dada as evidências apresentadas.

“Como poderia eu impedir o deputado Glauber de vir aqui esclarecer e mostrar a negativa de tudo aquilo que está no meu relatório? Estaria dando a ele a oportunidade de provar, não só a nós, mas a todo o Brasil, que está sendo injustiçado”, argumentou Magalhães.

Glauber voltou a acusar Lira e Magalhães de conspirarem contra seu mandato. “Vossa Excelência pode garantir que não aparecerá em nenhum vídeo ou áudio pedindo a Lira ou seus interlocutores que o relatório fosse apresentado nestes termos?” questionou o deputado.

“Nem ele, nem ninguém me orienta sobre o que fazer. Agora, o meu voto é contra Vossa Excelência”, respondeu Magalhães.

O deputado Alexandre Leite (União-SP) também criticou as acusações de Glauber, afirmando que elas ofendiam o Conselho de Ética, e anunciou que pedirá a suspensão cautelar do mandato do parlamentar à Mesa Diretora.

Por outro lado, a deputada federal Sâmia Bomfim (PSOL-SP) defendeu Braga, argumentando que, das 34 representações apresentadas nesta legislatura ao Conselho de Ética, apenas duas foram aceitas: a de Chiquinho Brazão (Sem partido-RJ), acusado de envolvimento na morte da vereadora Marielle Franco, e o caso de Glauber. Para Sâmia, isso reflete uma desproporção nos critérios do Conselho.

Ela também destacou que a reação de Glauber foi motivada pelo fato de sua mãe, que estava gravemente doente, ter sido ofendida por Gabriel Costenaro. “O que fariam se sua mãe, dias antes de falecer, fosse atacada e humilhada em seu ambiente de trabalho?” questionou Sâmia.

Arthur Lira repudiou o comportamento de Braga, afirmando que xingamentos, ofensas pessoais e agressões não condizem com o decoro parlamentar. Em nota, o presidente da Câmara destacou que Braga já responde a outro processo no Conselho de Ética por agredir uma pessoa no interior da Câmara.

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