A presidente do Banco do Brics, Dilma Rousseff, recebeu, neste domingo, 29, a Medalha da Amizade, entregue pelo ditador Xi Jinping, em Xangai. O presente é o mais importante dado a estrangeiros no país oriental.
+ Leia mais notícias de Política em Oeste
Depois do evento, em conversa com jornalistas, Dilma discorreu sobre o comunismo. “Eu respeito o Partido Comunista da China, o que eles construíram aqui, mas não acho que o Brasil tem que ser comunista”, disse. “A China tem uma coisa muito interessante, um caminho especificamente chinês. O Brasil tem de ter um caminho propriamente brasileiro. Agora, não é o caminho do anticomunismo. Não pode mais o que aconteceu no Chile, com Salvador Allende, na Argentina, no Brasil.”
Cerimônia de homenagem a Dilma Rousseff
Durante o ato, Jinping chamou Dilma de “representante excepcional” dos “muitos velhos amigos e bons amigos” que compartilham interesses com o povo chinês. Ele mencionou os 75 anos da “República Popular da China”, comemorados em 1º de outubro.
Sentindo-se “profundamente honrada”, Dilma disse que a homenagem “é a prova dos fortes laços entre nossos povos e países” e concluiu improvisando: “O povo da China e o povo do Brasil são amigos”.
Jinping ressaltou ainda que “o povo chinês nunca esquecerá aqueles que fizeram contribuições notáveis para o desenvolvimento da China e fortaleceram seus laços”.
Presidente do banco fala sobre a saudade do Brasil
Morando em Xangai há um ano e meio, Dilma tem mandato até julho de 2025. Em conversa com jornalistas, ela citou Caetano Veloso ao dizer “Cadê o meu sol dourado?” e destacou a diferença cultural entre Brasil e China, mencionando que “o nosso país tem um sol dourado, e eu quero ele”.
Indagada sobre sua trajetória desde os anos 1960, Dilma afirmou que “o Brasil tem que ter cuidado, ninguém pode viver baseado na visão da Guerra Fria”. A ex-presidente disse respeitar o Partido Comunista da China e suas realizações.
Leia também: “A besta quadrada leva a taça”, artigo de Augusto Nunes publicado na Edição 195 da Revista Oeste