O Tribunal Regional Eleitoral (TRE) negou, nesta quinta-feira (03/10), a candidatura de Clébio Lopes Pereira, mais conhecido como Clébio Jacaré (União Brasil), à Prefeitura de Nova Iguaçu. A decisão foi tomada após o Ministério Público Eleitoral (MPE) solicitar o indeferimento da candidatura devido à omissão de diversos crimes pelos quais Jacaré é investigado, incluindo um processo em trâmite na 1ª Vara Especializada em Crimes de Organização Criminosa.
Jacaré é alvo de 17 processos criminais, sendo 12 deles em Juizados Especiais Criminais e cinco em Varas Criminais. O MPE destacou a gravidade dos crimes atribuídos ao candidato e o grande número de denúncias sobre propagandas antecipadas e irregulares em campanhas eleitorais atuais e passadas.
“O recorrente foi denunciado em agosto de 2022 com pedido de prisão preventiva. Há fartos elementos que embasam as acusações de crimes graves contra a administração pública. A candidatura de prefeito torna-se inviável diante da insuficiência normativa para permitir sua elegibilidade”, afirmou o desembargador Rafael Estrela, relator do caso. Seu voto foi seguido pelos demais membros da corte do TRE.
Operação Apanthropia e acusação de liderança criminosa
A investigação contra Clébio Jacaré está relacionada à Operação Apanthropia – Fase III, deflagrada pelo Grupo de Atuação Especializada de Combate ao Crime Organizado (GAECO/RJ). Segundo as investigações, Jacaré teria atuado como mentor e líder de uma organização criminosa que se instalou na Prefeitura de Itatiaia.
A candidatura de Jacaré já havia sido inicialmente indeferida pelo juiz Gustavo Quintanilha Telles de Menezes, da 156ª Zona Eleitoral de Nova Iguaçu. Em seu parecer, o juiz descreveu uma “estrutura criminosa verdadeiramente complexa“, composta por células bem organizadas e operando de forma coordenada sob o controle imediato do candidato.