Análise: Debate da TV Globo com os Candidatos a Prefeito do Rio

Da esquerda para direita: Eduardo Paes (PSD), Alexandre Ramagem (PL), Marcelo Queiroz (PP), Tarcísio Motta (PSOL) e Rodrigo Amorim (União Brasil) no estúdio da TV Globo, no Rio de Janeiro.
Crédito: Globo/ Fábio Rocha

Eduardo Paes

Eduardo Paes foi alvo de ataques de todos os concorrentes, mas, ao contrário de sua fama de “nervosinho”, manteve a tranquilidade e defendeu sua gestão de forma eficaz. Ele se destacou ao apresentar propostas e justificar o que não conseguiu realizar em seus 12 anos de mandato. Paes seguiu a estratégia de associar Alexandre Ramagem a Cláudio Castro, e compará-lo ao ex-governador Wilson Witzel.

Como líder das pesquisas, com chances de vitória no primeiro turno, Paes evitou confrontos diretos. No entanto, ele falhou em dois pontos: deveria ter sido mais enfático ao se defender das acusações envolvendo a Lava Jato e perdeu a oportunidade de convencer durante seu direito de resposta contra Ramagem. Além disso, Paes não apresentou um antídoto claro contra o crescimento de Ramagem nas últimas pesquisas. O resultado de domingo dirá se ele acertou ou não em suas escolhas.

Alexandre Ramagem

A falta de experiência em debates voltou a prejudicar Alexandre Ramagem, que não conseguiu colocar ênfase nas palavras e perdeu a chance de brilhar, mesmo quando abordou as delações que envolveram Eduardo Paes na Lava Jato. Pela primeira vez, Ramagem atacou seu aliado, o governador Cláudio Castro, chamando sua administração de medíocre. Ele reafirmou que seu único líder é o ex-presidente Jair Bolsonaro, citado várias vezes ao longo do debate. Essa postura fortaleceu ainda mais sua candidatura no campo conservador, o que pode ser crucial nesta reta final, já que as pesquisas indicam seu crescimento.

Marcelo Queiroz

Marcelo Queiroz é o candidato de centro que parece agradar a muitos, mas não se alinha diretamente a ninguém. Ele não perdeu nada no debate e saiu maior do que entrou. No entanto, sua candidatura representa uma aposta equivocada do grupo político de Cláudio Castro, que deveria ter buscado um nome com base popular se o objetivo era tirar votos de Eduardo Paes.

Tarcísio Motta

Tarcísio Motta tentou mobilizar a esquerda militante contra o voto útil, mas a eleição já está polarizada. Em diversos momentos do debate, assistimos ao embate entre o segundo escalão da direita e da esquerda, representados por Tarcísio e Rodrigo Amorim, que nem é mais candidato.

Rodrigo Amorim

Rodrigo Amorim foi o franco-atirador do debate, mas se perdeu quando fez mistério sobre o sogro de Eduardo Paes, ao perguntar quem era Paulo Assed, sem explicar o que estava insinuando. Ele pediu aos telespectadores que recorressem às suas redes sociais, mas o vídeo que postou foi curto, teve pouca visibilidade e impacto nenhum.

A candidatura de Rodrigo Amorim merece uma análise à parte. Sua campanha pareceu sem propósito, com foco constante na CPI do Reboque, elogiando o presidente da Alerj e dividindo o tempo de televisão com um vice pouco conhecido. Foi uma campanha majoritária que passou por batalhas judiciais, garantiu presença no debate graças a uma liminar e teve o registro de candidatura indeferido. Em uma eleição polarizada entre o campo progressista e o campo conservador, o União Brasil, apesar de ser um partido grande e com bom tempo de televisão, desperdiçou sua participação no processo eleitoral.

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