Em entrevista à jornalista Mônica Bergamo, da Folha de SP, o pastor Silas Malafaia se mostrou decepcionado com o ex-presidente Bolsonaro.
Ele acusa Bolsonaro de se omitir nas eleições municipais de São Paulo por medo de ser derrotado por Pablo Marçal (PRTB) caso o ex-coach vencesse o prefeito Ricardo Nunes (MDB), com quem o ex-presidente firmou aliança e até indicou um vice na chapa. Malafaia diz que não é papel de um líder guiar-se exclusivamente pelas redes sociais. “Que porcaria de líder é esse?”, questiona.
Afirma que enviou mais de 30 mensagens “duríssimas” para ele. E diz que o ex-presidente só não teria respondido porque recebeu o apoio dele em momentos cruciais da vida —como no dia em que, “perto de ser preso”, chorou por cinco minutos ao telefone sem parar.
Malafaia se disse contente com a postura do governador Tarcísio de Freitas e do deputado federal Gustavo Gayer. O primeiro por ter se empenhado na campanha de Ricardo Nunes, e o segundo por ter criticado Pablo Marçal após a divulgação de um laudo falso sobre Guilherme Boulos.
Sobre as decepções, Malafaia enumerou quatro : Primeira decepção: Magno Malta [senador do PL-ES]. Um cara guerreiro, um cara do pau, da guerra. Eu o bombardeava, “você tem que posicionar, você tem que falar [contra Marçal]”. E ele ficou calado, “essa guerra não é minha”. “”Como assim? O que está em jogo é 2026. Esse cara vai rachar a direita. Vai rachar os evangélicos, que você representa”. Mas ele não tomou atitude.
Em seguida, disparou contra Marcos Feliciano. “Conversei com ele. Detalhei quem é Pablo Marçal. E esse cara faz um vídeo tentando me desmerecer, apoiando Pablo Marçal”.
A terceira decepção, na ordem de grandeza, foi com o [deputado federal por MG] Nikolas Ferreira. “Você sabia que nós temos agora bolsominions e nikolominions? É! O Nikolas, um garoto bom, um garoto de futuro, teve uma atitude de politiqueiro velho.”
E prosseguiu “O Nikolas querer disfarçar para esse bandido que merece a cadeia foi uma decepção total. Não teve dignidade. Mandei mensagem para ele. Não deu nem pelota.”
Por fim, Malafaia disparou contra o ex-presidente Bolsonaro: “Bolsonaro foi covarde, omisso. Para ficar bem sabe com quem? Com seguidores. Que político é esse, meu Deus?”.
O pastor tentou explicar o motivo de sua ‘decepção’. “Um político é reconhecido por seus posicionamentos. Qual foi a sinalização que o Bolsonaro passou? “Eu não sou confiável em meus apoios políticos”. Quem vai fazer aliança com um cara que não é confiável? O que ele fez em São Paulo e no Paraná [onde se comprometeu anteriormente com alianças] foi uma vergonha. Em São Paulo ele ficou em cima do muro. No Paraná, tendo candidato [indicado pelo PL] a vice [de Eduardo Pimentel, que concorre a prefeito], declarou para a mulher lá [Cristina Graeml, que concorria contra Pimentel] “pode usar meu nome”. Sinalizou duplamente. Gente! Isso não é papel da direita de nível maior. Eu apoio Bolsonaro. Mas eu já disse: sou aliado, e não alienado.”
Ainda de acordo com o religioso, Mafalai já mandou dezenas de mensagens de WhatsaApp para Bolsonaro, mas não obteve reposta. “Ontem [domingo, 6], eu mandei um “zap” [mensagem de WhatsApp] para ele: “Como você apoia um canalha que falsificou documento, que quer dividir a direita e o voto evangélico, que ora fala bem de você, ora fala mal?”. Ele [Bolsonaro] não é criança. Sabe o que ele fez [na eleição de SP]? Jogou para os dois lados. Eu desafio: entra nas redes de Bolsonaro e dos filhos dele. Não tem uma palavra sobre a eleição de São Paulo. É como se ela não existisse. Que porcaria de líder é esse?”.
Malafaia seguiu revelando à jornalista conversas tidas com o ex-presidente. “Mas vou dizer para você: nesses últimos 15 dias eu bati em Bolsonaro com tanta força no “zap”! E sabe por que ele não me bloqueou? E por que não me xingou? Porque ele reconhece que eu sou um cara honesto, que eu sou um apoiador de primeira hora, que defendi ele nos momentos mais cruciais e críticos.
Malafai também falou sobre o medo de Bolsonaro ser preso. “Ele estava chorando depressivo [na casa de praia que tem] em Mambucaba [em Angra dos Reis, no Rio], perto de ser preso. Liguei pra ele e falei: “Vai ficar chorando aí? Vamos para a rua, cara!”. Ele chorou por cinco minutos comigo no telefone antes de abrir a boca, no visor [chamada de vídeo] como estou agora com você.”
E seguiu: “Eu falei: “Vamos para a rua!”. Ele estava desnorteado. [Perguntou] “Mas como é que vai ser?” Eu falei: “Deixa comigo. Eu só preciso que você grave um vídeo para convocar o povo”. O Bolsonaro tem defeitos. Mas tem duas coisas: ele é humilde, isso é uma coisa dele. E é honesto.”
Para Malafaia, Bolsonaro “tem o direito de errar. Mas foi uma decepção, de qualquer forma. E não estou falando nada para você que não tenha dito a ele. Eu seria um covarde.”. Clique AQUI para ver na íntegra a reportagem na coluna de Mônica Bergamo. E clique AQUI para assistir à entrevista no Youtube. (Foto: reprodução vídeo; Fonte: Folha de SP)
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Em entrevista à jornalista Mônica Bergamo, da Folha de SP, o pastor Silas Malafaia se mostrou decepcionado com o ex-presidente Bolsonaro.
Ele acusa Bolsonaro de se omitir nas eleições municipais de São Paulo por medo de ser derrotado por Pablo Marçal (PRTB) caso o ex-coach vencesse o prefeito Ricardo Nunes (MDB), com quem o ex-presidente firmou aliança e até indicou um vice na chapa. Malafaia diz que não é papel de um líder guiar-se exclusivamente pelas redes sociais. “Que porcaria de líder é esse?”, questiona.
Afirma que enviou mais de 30 mensagens “duríssimas” para ele. E diz que o ex-presidente só não teria respondido porque recebeu o apoio dele em momentos cruciais da vida —como no dia em que, “perto de ser preso”, chorou por cinco minutos ao telefone sem parar.
Malafaia se disse contente com a postura do governador Tarcísio de Freitas e do deputado federal Gustavo Gayer. O primeiro por ter se empenhado na campanha de Ricardo Nunes, e o segundo por ter criticado Pablo Marçal após a divulgação de um laudo falso sobre Guilherme Boulos.
Sobre as decepções, Malafaia enumerou quatro : Primeira decepção: Magno Malta [senador do PL-ES]. Um cara guerreiro, um cara do pau, da guerra. Eu o bombardeava, “você tem que posicionar, você tem que falar [contra Marçal]”. E ele ficou calado, “essa guerra não é minha”. “”Como assim? O que está em jogo é 2026. Esse cara vai rachar a direita. Vai rachar os evangélicos, que você representa”. Mas ele não tomou atitude.
Em seguida, disparou contra Marcos Feliciano. “Conversei com ele. Detalhei quem é Pablo Marçal. E esse cara faz um vídeo tentando me desmerecer, apoiando Pablo Marçal”.
A terceira decepção, na ordem de grandeza, foi com o [deputado federal por MG] Nikolas Ferreira. “Você sabia que nós temos agora bolsominions e nikolominions? É! O Nikolas, um garoto bom, um garoto de futuro, teve uma atitude de politiqueiro velho.”
E prosseguiu “O Nikolas querer disfarçar para esse bandido que merece a cadeia foi uma decepção total. Não teve dignidade. Mandei mensagem para ele. Não deu nem pelota.”
Por fim, Malafaia disparou contra o ex-presidente Bolsonaro: “Bolsonaro foi covarde, omisso. Para ficar bem sabe com quem? Com seguidores. Que político é esse, meu Deus?”.
O pastor tentou explicar o motivo de sua ‘decepção’. “Um político é reconhecido por seus posicionamentos. Qual foi a sinalização que o Bolsonaro passou? “Eu não sou confiável em meus apoios políticos”. Quem vai fazer aliança com um cara que não é confiável? O que ele fez em São Paulo e no Paraná [onde se comprometeu anteriormente com alianças] foi uma vergonha. Em São Paulo ele ficou em cima do muro. No Paraná, tendo candidato [indicado pelo PL] a vice [de Eduardo Pimentel, que concorre a prefeito], declarou para a mulher lá [Cristina Graeml, que concorria contra Pimentel] “pode usar meu nome”. Sinalizou duplamente. Gente! Isso não é papel da direita de nível maior. Eu apoio Bolsonaro. Mas eu já disse: sou aliado, e não alienado.”
Ainda de acordo com o religioso, Mafalai já mandou dezenas de mensagens de WhatsaApp para Bolsonaro, mas não obteve reposta. “Ontem [domingo, 6], eu mandei um “zap” [mensagem de WhatsApp] para ele: “Como você apoia um canalha que falsificou documento, que quer dividir a direita e o voto evangélico, que ora fala bem de você, ora fala mal?”. Ele [Bolsonaro] não é criança. Sabe o que ele fez [na eleição de SP]? Jogou para os dois lados. Eu desafio: entra nas redes de Bolsonaro e dos filhos dele. Não tem uma palavra sobre a eleição de São Paulo. É como se ela não existisse. Que porcaria de líder é esse?”.
Malafaia seguiu revelando à jornalista conversas tidas com o ex-presidente. “Mas vou dizer para você: nesses últimos 15 dias eu bati em Bolsonaro com tanta força no “zap”! E sabe por que ele não me bloqueou? E por que não me xingou? Porque ele reconhece que eu sou um cara honesto, que eu sou um apoiador de primeira hora, que defendi ele nos momentos mais cruciais e críticos.
Malafai também falou sobre o medo de Bolsonaro ser preso. “Ele estava chorando depressivo [na casa de praia que tem] em Mambucaba [em Angra dos Reis, no Rio], perto de ser preso. Liguei pra ele e falei: “Vai ficar chorando aí? Vamos para a rua, cara!”. Ele chorou por cinco minutos comigo no telefone antes de abrir a boca, no visor [chamada de vídeo] como estou agora com você.”
E seguiu: “Eu falei: “Vamos para a rua!”. Ele estava desnorteado. [Perguntou] “Mas como é que vai ser?” Eu falei: “Deixa comigo. Eu só preciso que você grave um vídeo para convocar o povo”. O Bolsonaro tem defeitos. Mas tem duas coisas: ele é humilde, isso é uma coisa dele. E é honesto.”
Para Malafaia, Bolsonaro “tem o direito de errar. Mas foi uma decepção, de qualquer forma. E não estou falando nada para você que não tenha dito a ele. Eu seria um covarde.”. Clique AQUI para ver na íntegra a reportagem na coluna de Mônica Bergamo. E clique AQUI para assistir à entrevista no Youtube. (Foto: reprodução vídeo; Fonte: Folha de SP)
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