O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta segunda-feira, 14, que está preocupado com o resultado das eleições municipais e com o avanço do conservadorismo no Brasil. Segundo ele, “discursos anticientíficos e antidemocráticos” têm ganhado força.
“O mundo está muito mais conservador e muito mais distópico do que a gente imagina”, declarou Haddad, em evento organizado pelo Itaú BBA.
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“Hoje tem espaço para todo tipo de retórica”, acrescentou. “Aquilo que parecia improvável dez, 20 anos atrás, improvável do ponto de vista retórico, hoje existe lugar de fala, como se diz no jargão usual, para qualquer um. Existe lugar de fala para qualquer narrativa.”
Haddad afirmou que o discurso conservador está ganhando força, apesar de imaginar que ficaria “para trás”. Disse haver um discurso “anticientífico, antidemocrático e intolerante” que “não está perdendo espaço” no país.
“Você vê que mesmo gente que come com garfo e faca fala contra a vacina, fala contra mudança climática”, declarou o ministro. “É uma situação que a mim, que venho de uma universidade, me preocupa. Isso não vai nos levar para um bom lugar.”
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta segunda-feira, 14, que está preocupado com o resultado das eleições municipais e com o avanço do conservadorismo no Brasil. Segundo ele, “discursos anticientíficos e antidemocráticos” têm ganhado força. pic.twitter.com/M9T9diLoVf
— Revista Oeste (@revistaoeste) October 15, 2024
Para Haddad, o país precisa estar cada vez mais amarrado às “evidências empíricas, à ciência, à liberdade e ao respeito às diferenças”.
Haddad elogiou Prêmio Nobel de Economia
Durante a fala no evento, Haddad destacou o papel das instituições como fundamentais para o crescimento econômico.
Como exemplo, ele mencionou o Prêmio Nobel de Economia, concedido a Daron Acemoglu, Simon Johnson e James A. Robinson pelo estudo sobre a prosperidade das instituições.
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“Eu sou muito institucionalista da maneira de ver a economia”, disse. “Penso que o foco nosso tem que ser nisso. E, obviamente, que a ciência tem que fazer parte desse projeto. Nunca vi nenhum país ir para a frente negando as evidências científicas, as recomendações da ciência.”