‘Coisa horrenda’, diz infectologista, sobre contaminação por HIV

O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva demorou um mês para reconhecer que o Ministério da Saúde tinha conhecimento, desde o começo, da contaminação por HIV em pacientes transplantados no Rio de Janeiro.

Recentemente, a ministra da Saúde, Nísia Trindade, afirmou que não levou as investigações adiante “por falta de evidências”. Além disso, disse que não existia motivos para acionar as autoridades. Seis pessoas foram contaminadas com o vírus.

+ Leia mais notícias de Política em Oeste

A decisão do governo Lula de esconder os fatos gerou críticas de médicos e infectologistas. O perito médico federal Francisco Cardoso, por exemplo, afirmou que isso é “reflexo de uma política de desregulamentação da saúde”, e, portanto, a culpa é do governo. 

Em entrevista na edição desta quinta-feira, 17, do Jornal da Oeste, o médico disse que esse caso “é uma das coisas mais horrendas” que já viu em sua profissão. 

Os erros do governo Lula na contaminação por HIV

Além disso, Cardoso falou sobre dois erros cometidos pelo governo Lula na contaminação por HIV em transplantados. O primeiro, segundo ele, foi “a tentativa de o Ministério da Saúde esconder os fatos”.

YouTube videoYouTube video

“Foi necessário a mídia descobrir”, afirmou Cardoso. O segundo erro é a tentativa de transferir a culpa ao Estado do Rio de Janeiro. De acordo com o médico, o ministério não pode culpar o Estado porque o “transplante funciona a nível nacional”. “Se o Estado falhou, o federal também falhou”, disse. “Se em setembro já se sabia, por que a ministra não tomou as medidas que agora anunciou em caráter de urgência?”

O que diz o Ministério da Saúde

Nísia afirmou que o Ministério da Saúde soube do primeiro caso de infecção em 14 de setembro. Depois disso, a pasta afirma que mandou um ofício à Central de Transplantes do Rio de Janeiro e às instituições envolvidas, em que exigia ações depois da confirmação do caso.

YouTube videoYouTube video

A investigação da Polícia Federal (PF), no entanto, começou depois da revelação de que outras cinco pessoas haviam sido infectadas pelo vírus do HIV por órgãos contaminados. Em nota, enviada ao jornal Gazeta do Povo, a pasta informou que agiu de forma rápida para mitigar os danos e proteger os pacientes afetados.

Leia também:



NOTÍCIA