Gilmar diz que ‘lero-lero’ sobre as urnas não se repetiu neste ano

O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou na terça-feira 29 que o grande destaque das eleições municipais deste ano foi a ausência do “lero-lero” sobre o funcionamento das urnas eletrônicas. Segundo o decano, isso ocorreu porque não houve um “incentivador desse ambiente”.

“Aquela toada em torno das ameaças que constituíam para a democracia as urnas eletrônicas, esse lero-lero já não se repetiu. Porque já não havia algum incremento, algum incentivador desse ambiente. E em duas horas e 15, no processo eletrônico, nós tivemos o resultado das eleições”, afirmou o magistrado.

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A declaração foi feita durante a abertura de um congresso do Instituto Brasileiro de Ensino, Desenvolvimento e Pesquisa (IDP), instituição educacional fundada por Mendes. A fala do ministro ecoa a da presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministra Cármen Lúcia, que celebrou o fato de as eleições terem sido “monótonas”.

“Foi muito monótona, democraticamente monótona. E nós queremos a monotonia democrática como normalidade institucional e política no país”, disse a magistrada.

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O decano da Suprema Corte destacou que, no pleito municipal, as urnas não foram questionadas no plenário do STF, enfatizando que, mesmo em casos de resultados apertados, não houve dúvidas sobre a segurança do sistema.

“Tivemos pleitos extremamente acirrados. Para falar apenas em um: o caso de Fortaleza. Ontem [segunda-feira] eu recebi uma mensagem de que um desses chamados nanicos se arvorara na condição de ter sido decisor no caso, porque tivera 9 mil votos e foi apoiar o vencedor”, afirmou.

Na eleição mencionada, o presidente da Assembleia Legislativa do Ceará, Evandro Leitão (PT), venceu o deputado federal André Fernandes (PL) no segundo turno por uma diferença de 10.838 votos.

Para STF e TSE, “lero-lero” sobre urnas é ameaça à democracia

Para os ministros do STF e do TSE, criticar as urnas eletrônicas ou pedir transparência configura-se como ameaça à democracia.

No caso do ex-presidente Jair Bolsonaro, críticas ao sistema lhe custaram os direitos políticos por oito anos. O TSE o declarou inelegível por falar sobre o que ele chama de dificuldade de auditar as urnas eletrônicas em razão da ausência de voto impresso.

Alexandre de Moraes, em participação de uma cerimônia no Conselho Nacional de Justiça em Brasília - 3/9/2024 | Foto: Adriano Machado/ReutersAlexandre de Moraes, em participação de uma cerimônia no Conselho Nacional de Justiça em Brasília - 3/9/2024 | Foto: Adriano Machado/Reuters
Alexandre de Moraes, em participação de uma cerimônia no Conselho Nacional de Justiça em Brasília – 3/9/2024 | Foto: Adriano Machado/Reuters

O economista Marcos Cintra, por exemplo, foi banido do Twitter/X por ordem de Alexandre de Moraes depois de uma postagem na qual dizia ser prudente ao Judiciário averiguar denúncias sobre a confiabilidade das urnas.


Redação Oeste, com informações da Agência Estado



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