O padre José Eduardo se manifestou, por meio de sua defesa, sobre o depoimento que teve de prestar à Polícia Federal (PF), nesta quinta-feira, 7. O sacerdote, vinculado à diocese de Osasco, Região Metropolitana de São Paulo, é acusado de ter ajudado a orquestrar o suposto plano de “golpe” do 8 de janeiro.
Relatos do inquérito afirmam que, em 19 de novembro de 2022, o padre esteve em uma reunião no Palácio do Planalto. Também teriam participado do encontro Filipe Martins, ex-assessor do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), e Amauri Feres Saad, identificado como autor da “minuta golpista”.
Em nota, Miguel da Costa Carvalho, advogado do padre José Eduardo, afirma que o sacerdote “nunca participou de qualquer reunião, nem colaborou na redação de qualquer documento que visasse a favorecer uma ruptura institucional no país”.
PF extraiu conversas privadas do padre para ter informações sobre o 8 de janeiro
A defesa também afirma que “causou espanto e inconformidade o fato de a PF ter extraído conversas do religioso com fiéis”. Essas mensagens seriam de pessoas e outros sacerdotes que o procuravam para pedir conselhos.
“Como já se temia desde o momento em que se soube que as investigações quebraria a senha de seu celular, ficou patente que a PF, não tendo encontrado qualquer matéria que pudesse ligá-lo ao quanto investigado, passou a vasculhar conversas do sacerdote com fiéis e religiosos que fazem direção espiritual com ele”, afirma a defesa do padre. “Os agentes selecionaram frases tiradas de contexto, que nada tinham a ver com a investigação.”
A defesa do religioso também afirma que o Estado Laico brasileiro prevê a total separação da Igreja e o Estado.
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Além disso, “o Tratado Internacional, recepcionado pelo Congresso Nacional e transformado em decreto pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 2010, garante, em seu artigo 13, o segredo do ofício sacerdotal”.