Na última quarta-feira, 27, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, realizou um pronunciamento de mais de sete minutos, transmitido em rede nacional no rádio e na televisão. Aliados do governo interpretaram essa ação como um indício de que o ex-prefeito de São Paulo pode estar em preparação para uma candidatura presidencial em 2026, com o aval do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
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Embora Lula seja cogitado — e o favorito do PT — para a reeleição, ele terá 81 anos em 2026. Isso gera dúvidas sobre sua participação no próximo pleito. Governistas discutem a possibilidade de ele não concorrer, em razão da idade e de questões de saúde.
Lula já afirmou publicamente que avaliará sua condição antes de tomar qualquer decisão. Segundo ele, sua vontade de concorrer ao cargo novamente é para evitar que os “trogloditas que governaram esse país voltem a governar”.
Haddad como sucessor de Lula
Com esse contexto do Partido dos Trabalhadores, Fernando Haddad é frequentemente mencionado como um sucessor natural de Lula. O economista, inclusive, concorreu às eleições pelo PT em 2018, quando viu Jair Bolsonaro o vencer no segundo turno. Isso reforça sua posição como uma opção viável para a eleição de 2026.
Apesar do histórico de Haddad, petistas e aliados cogitam apoio a outros nomes. Entre eles, o do atual ministro da Educação, Camilo Santana.
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Durante seu pronunciamento, o chefe da Fazenda dedicou a maior parte do tempo a abordar programas sociais do governo. O mercado reagiu mal ao discurso, e o dólar atingiu a marca histórica de R$ 6 depois da fala de Haddad.
Ele falou pouco sobre o pacote de medidas para contenção de despesas federais, mas a apresentação incluiu imagens de cidadãos beneficiados por iniciativas como o programa Pé-de-Meia, em formatos típicos de campanhas eleitorais.
O anúncio de isenção fiscal do governo
A decisão de Haddad aparecer na televisão foi do próprio Lula, e analistas políticos em Brasília interpretaram essa ação como parte de uma estratégia para preparar seu sucessor à presidência.
Além de discutir os programas sociais, Haddad anunciou o cumprimento de uma das promessas de campanha de Lula: a isenção do Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF) para aqueles que recebem até R$ 5 mil mensais.