‘Faria Lima é contra meu governo’

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, tentou minimizar o impacto da pesquisa da Quaest, a qual mostra a desaprovação ao seu governo por 90% do mercado financeiro. O episódio ocorreu nesta quinta-feira, 5. 

Ao discursar para apoiadores na cerimônia de inauguração da nova fábrica de celulose da Suzano em Ribas do Rio Pardo (MS), Lula falou sobre o assunto de forma irônica. Ele citou a “história do mercado reclamando” e que disse que, na sua visão, tinha “ganhado” uma parte do setor.

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“Ontem saiu uma pesquisa que 90% do mercado, daqueles que compõe a Faria Lima, são contra o meu governo”, iniciou o petista. “Eu já ganhei 10%, porque nas eleições era 100%. Então eu já ganhei 10% deles.”

O petista ainda disse que “algumas pessoas do mercado” passaram a “anunciar e alardiar na imprensa que a economia brasileira não ia crescer mais do que 1,5%”. Na sequência, retrucou: “Para a nossa bela sorte, vai crescer esse ano 3,5%”.

Lula é rejeitado pelo mercado financeiro

O levantamento citado por Lula foi realizado pela Quaest, a pedido da Genial Investimentos, e publicado na quarta-feira 4. A pesquisa revelou que a percepção do mercado sobre a condução econômica do governo e do Congresso Nacional piorou depois do anúncio do pacote de cortes de gastos. 

A pesquisa, elaborada entre 29 de novembro e 3 de dezembro, ouviu 105 gestores, economistas, analistas e tomadores de decisão de fundos de investimento em São Paulo e no Rio de Janeiro, com margem de erro de 3,4 pontos percentuais.

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De acordo com Felipe Nunes, diretor da Quaest, o aumento da desconfiança está ligado à reação negativa ao pacote fiscal divulgado recentemente. Para 86% dos entrevistados, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem priorizado a manutenção de sua popularidade em detrimento do equilíbrio fiscal. Apenas 29% consideram que a estabilidade das contas públicas é o foco principal do governo.

A percepção do mercado em relação ao Congresso Nacional também apresentou queda. Apesar de haver expectativa de aprovação da isenção de Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil, os entrevistados demonstram ceticismo quanto à elevação de impostos sobre rendas superiores a R$ 50 mil.



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