Campos Neto comanda sua última reunião do Copom, que deve subir juros

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) se reúne, a partir desta terça-feira (10/12), para debater a taxa básica de juros, a Selic. Com um aumento da taxa no radar, este será o último encontro do colegiado em 2024 e, por consequência, a despedida de Roberto Campos Neto como presidente do colegiado. Ele será substituído na presidência do BC, a partir de 1º de janeiro de 2025, pelo atual diretor de Política Monetária, Gabriel Galípolo, indicado pelo presidente Lula (PT).

Indicado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Campos Neto conclui um mandato de quatro anos. Seguindo regras criadas no governo anterior, o mandato do presidente do Banco Central, que ganhou independência política, não coincide com o período no poder do presidente da República que o indicou. Por esse modelo, Galípolo tem mandato até o final de 2028.

A reunião do Copom começa em meio a pressões sobre o cumprimento da meta da inflação de 2024 — que é de 3% com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual (p.p.) para cima ou para baixo (entre 4,5% e 1,5%). O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial do país, está em 4,76% no acumulado de 12 meses até outubro — 0,26 ponto percentual acima do teto da meta.

Às 9h desta terça-feira, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulga os dados da inflação referentes a novembro.

Além da inflação, fatores como a valorização da taxa de câmbio (o dólar frente ao real) — que ultrapassou a marca dos R$ 6 — e a revisão de gastos do governo federal podem influenciar a tomada de decisão do colegiado.

Alta da taxa Selic

O Banco Central tem a tarefa de manter a inflação dentro da meta estipulada pelo Conselho Monetário Nacional (CNM). No momento, uma alta na taxa de juros é esperada devido à pressão inflacionária atual.

Ao elevar a Selic para conter a inflação, a consequência esperada é a redução do consumo e dos investimentos no país. O crédito fica mais caro e a atividade econômica tende a desaquecer, provocando queda de preços para os consumidores.

A projeção do mercado financeiro para o aumento da taxa Selic varia de 0,50 ponto percentual a 0,75 ponto percentual, alguns economistas chegaram a estimar um acréscimo mais forte, de 1 ponto percentual. O valor dos juros só será conhecido por volta das 18h30 desta quarta-feira (11/12), quando o Copom publica o comunicado da reunião.

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Diretoria do Banco Central em reunião do Copom realizada em março de 2024

Raphael Ribeiro/BCB

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Fachada do Banco Central

Breno Esaki/Metrópoles

3 de 3Breno Esaki/Metrópoles

Segundo a estimativa dos mais de 100 analistas do mercado financeiro presente no relatório Focus mais recente, publicado nessa segunda-feira (9/12), a taxa de juros subirá dos atuais 11,25% ao ano para 12% ao ano até o fim de 2024.

Outro tópico que se destaca no Focus é a descrença do mercado financeiro da Selic ficar abaixo de dois dígitos durante o governo Lula (PT), que termina em 2026. Confira as previsões da taxa para os próximos anos:

  • 2025: 13,50% ao ano.
  • 2026: 11% ao ano.
  • 2027: 10% ao ano.

Galípolo herda “bronca dos juros” em 2026

O atual diretor de Política Monetária e futuro presidente do BC, Gabriel Galípolo, terá que lidar com a “bronca dos juros” endereçada à chefia da autoridade monetária depois da divulgação das decisões do Copom.

Uma das principais críticas do valor da Selic é a presidente nacional do Partido dos Trabalhadores (PT), Gleisi Hoffmann.

A presidente do PT chegou a dizer que o Copom “mantém a sabotagem à economia do país e eleva ainda mais os juros estratosféricos”. Ela ainda acusou a diretoria do BC, que já é composta por diretores indicados pelo presidente Lula (PT), de fazer “chantagem”.

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Gabriel Galípolo, indicado para a presidência do BC

Roque de Sá/Agência Senado

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Galípolo trabalha no Banco Central desde 2023

Hugo Barreto/Metrópoles

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Galípolo foi indicado para assumir a presidência do Banco Central

Hugo Barreto/Metrópoles

Em recente declaração, Galípolo disse que o atual cenário econômico dá indicativos para “juros mais altos por mais tempo”.

Ele afirmou que “parece lógico que, para uma economia que se revela mais dinâmica do que se esperava, somado a uma moeda doméstica mais desvalorizada, que isso demande uma política monetária mais contracionista”.



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O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) se reúne, a partir desta terça-feira (10/12), para debater a taxa básica de juros, a Selic. Com um aumento da taxa no radar, este será o último encontro do colegiado em 2024 e, por consequência, a despedida de Roberto Campos Neto como presidente do colegiado. Ele será substituído na presidência do BC, a partir de 1º de janeiro de 2025, pelo atual diretor de Política Monetária, Gabriel Galípolo, indicado pelo presidente Lula (PT).

Indicado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Campos Neto conclui um mandato de quatro anos. Seguindo regras criadas no governo anterior, o mandato do presidente do Banco Central, que ganhou independência política, não coincide com o período no poder do presidente da República que o indicou. Por esse modelo, Galípolo tem mandato até o final de 2028.

A reunião do Copom começa em meio a pressões sobre o cumprimento da meta da inflação de 2024 — que é de 3% com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual (p.p.) para cima ou para baixo (entre 4,5% e 1,5%). O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial do país, está em 4,76% no acumulado de 12 meses até outubro — 0,26 ponto percentual acima do teto da meta.

Às 9h desta terça-feira, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulga os dados da inflação referentes a novembro.

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Além da inflação, fatores como a valorização da taxa de câmbio (o dólar frente ao real) — que ultrapassou a marca dos R$ 6 — e a revisão de gastos do governo federal podem influenciar a tomada de decisão do colegiado.

Alta da taxa Selic

O Banco Central tem a tarefa de manter a inflação dentro da meta estipulada pelo Conselho Monetário Nacional (CNM). No momento, uma alta na taxa de juros é esperada devido à pressão inflacionária atual.

Ao elevar a Selic para conter a inflação, a consequência esperada é a redução do consumo e dos investimentos no país. O crédito fica mais caro e a atividade econômica tende a desaquecer, provocando queda de preços para os consumidores.

A projeção do mercado financeiro para o aumento da taxa Selic varia de 0,50 ponto percentual a 0,75 ponto percentual, alguns economistas chegaram a estimar um acréscimo mais forte, de 1 ponto percentual. O valor dos juros só será conhecido por volta das 18h30 desta quarta-feira (11/12), quando o Copom publica o comunicado da reunião.

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Diretoria do Banco Central em reunião do Copom realizada em março de 2024

Raphael Ribeiro/BCB

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Fachada do Banco Central

Breno Esaki/Metrópoles

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Segundo a estimativa dos mais de 100 analistas do mercado financeiro presente no relatório Focus mais recente, publicado nessa segunda-feira (9/12), a taxa de juros subirá dos atuais 11,25% ao ano para 12% ao ano até o fim de 2024.

Outro tópico que se destaca no Focus é a descrença do mercado financeiro da Selic ficar abaixo de dois dígitos durante o governo Lula (PT), que termina em 2026. Confira as previsões da taxa para os próximos anos:

  • 2025: 13,50% ao ano.
  • 2026: 11% ao ano.
  • 2027: 10% ao ano.

Galípolo herda “bronca dos juros” em 2026

O atual diretor de Política Monetária e futuro presidente do BC, Gabriel Galípolo, terá que lidar com a “bronca dos juros” endereçada à chefia da autoridade monetária depois da divulgação das decisões do Copom.

Uma das principais críticas do valor da Selic é a presidente nacional do Partido dos Trabalhadores (PT), Gleisi Hoffmann.

A presidente do PT chegou a dizer que o Copom “mantém a sabotagem à economia do país e eleva ainda mais os juros estratosféricos”. Ela ainda acusou a diretoria do BC, que já é composta por diretores indicados pelo presidente Lula (PT), de fazer “chantagem”.

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Gabriel Galípolo, indicado para a presidência do BC

Roque de Sá/Agência Senado

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Galípolo trabalha no Banco Central desde 2023

Hugo Barreto/Metrópoles

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Galípolo foi indicado para assumir a presidência do Banco Central

Hugo Barreto/Metrópoles

Em recente declaração, Galípolo disse que o atual cenário econômico dá indicativos para “juros mais altos por mais tempo”.

Ele afirmou que “parece lógico que, para uma economia que se revela mais dinâmica do que se esperava, somado a uma moeda doméstica mais desvalorizada, que isso demande uma política monetária mais contracionista”.

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