“Trem louco”: briga de facções chega a escolas e internet na Amazônia

As facções criminosas estão presentes em cada vez mais cidades da Amazônia Legal e não usam apenas o poder bélico para dominar o território. Grupos como o Comando Vermelho têm aliciado jovens por meio de músicas e páginas na internet que promovem a violência e a ostentação, estendendo sua influência até as escolas da região.

É o que mostra a terceira edição do estudo “Cartografia das Violências na Amazônia“, elaborado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) em parceria com o Instituto Mãe Crioula (IMC), divulgado nesta quarta-feira (11/12).

A pesquisa revelou que a facção carioca Comando Vermelho está presente em 130 municípios da Amazônia e a paulista Primeiro Comando da Capital (PCC), em 28 cidades. Além disso, há grupos autônomos e menores, como a Tropa do Castelar, no Mato Grosso, que é dissidência do Comando Vermelho. Outro grupo é o Piratas dos Solimões, especializado em roubo de carga de embarcações.

Escola e internet

Na cidade de Marabá, no Pará, os pesquisadores se depararam com inscrições com simbologia do PCC dentro de uma escola pública.

“Em cidades onde há disputa de facção isso se torna um problema no ambiente escolar, onde a sala de aula também se transforma em um espaço de proliferação dessa ‘cosmologia do crime’”, aponta trecho do estudo.

Foto colorida de pixação em escola publica PCC - Metrópoles
Pichação com símbolo do PCC em escola pública de Marabá (PA)

As músicas de facções da Amazônia com apologia à violência, que falam de armas, drogas, vida fácil e ostentação são facilmente encontradas na internet. “O debate sobre regulação das redes sociais também se faz importante nesse cenário”, avalia o estudo.

A página Proibidão de Manaus, por exemplo, publicou o funk Comando Vermelho Tropa de Manaus, que exalta a organização criminosa em sua letra.

“Quem é Comando Vermelho levanta a pistola, levanta o fuzil e canta!”, diz trecho da música. Na página também são divulgadas imagens de apologia ao CV, como vagões de trens e a expressão “Tudo 2”.

Imagem colorida de montagem de página do youtube sobre comando vermelho manaus - Metrópoles
Página na internet divulga músicas de apologia a facção do Amazonas

Aumento das facções

O estudo constatou um aumento de 46% do número de cidades da Amazônia com a presença de facções criminosas, comparado com a mesma pesquisa do ano passado.

A cada edição, o “Cartografia das Violências na Amazônia” vem identificando uma relação entre narcotraficantes e os crimes ambientais, como o desmatamento e o garimpo ilegal.

Foto colorida de pichação em Barcarena Pará - Metrópoles
Pichação de facção em Barcarena (PA): “proibido roubar nossa comunidade”

“Tráfico de drogas, crimes ambientais, grilagem de terra e outros tipos de ilegalidades são faces de uma mesma Hidra de Lerna (monstro mitológico) que não serão vencidas isoladamente”, diz outro trecho do estudo.

A Amazônia Legal é composta pelos estados do Amazonas, Acre, Rondônia, Roraima, Pará, Maranhão, Amapá, Tocantins, Mato Grosso e parte do Maranhão.



<"Trem louco": briga de facções chega a escolas e internet na Amazônia[/gpt3]
<

As facções criminosas estão presentes em cada vez mais cidades da Amazônia Legal e não usam apenas o poder bélico para dominar o território. Grupos como o Comando Vermelho têm aliciado jovens por meio de músicas e páginas na internet que promovem a violência e a ostentação, estendendo sua influência até as escolas da região.

É o que mostra a terceira edição do estudo “Cartografia das Violências na Amazônia“, elaborado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) em parceria com o Instituto Mãe Crioula (IMC), divulgado nesta quarta-feira (11/12).

A pesquisa revelou que a facção carioca Comando Vermelho está presente em 130 municípios da Amazônia e a paulista Primeiro Comando da Capital (PCC), em 28 cidades. Além disso, há grupos autônomos e menores, como a Tropa do Castelar, no Mato Grosso, que é dissidência do Comando Vermelho. Outro grupo é o Piratas dos Solimões, especializado em roubo de carga de embarcações.

map visualization

Escola e internet

Na cidade de Marabá, no Pará, os pesquisadores se depararam com inscrições com simbologia do PCC dentro de uma escola pública.

“Em cidades onde há disputa de facção isso se torna um problema no ambiente escolar, onde a sala de aula também se transforma em um espaço de proliferação dessa ‘cosmologia do crime’”, aponta trecho do estudo.

Foto colorida de pixação em escola publica PCC - Metrópoles
Pichação com símbolo do PCC em escola pública de Marabá (PA)

As músicas de facções da Amazônia com apologia à violência, que falam de armas, drogas, vida fácil e ostentação são facilmente encontradas na internet. “O debate sobre regulação das redes sociais também se faz importante nesse cenário”, avalia o estudo.

A página Proibidão de Manaus, por exemplo, publicou o funk Comando Vermelho Tropa de Manaus, que exalta a organização criminosa em sua letra.

“Quem é Comando Vermelho levanta a pistola, levanta o fuzil e canta!”, diz trecho da música. Na página também são divulgadas imagens de apologia ao CV, como vagões de trens e a expressão “Tudo 2”.

Imagem colorida de montagem de página do youtube sobre comando vermelho manaus - Metrópoles
Página na internet divulga músicas de apologia a facção do Amazonas

Aumento das facções

O estudo constatou um aumento de 46% do número de cidades da Amazônia com a presença de facções criminosas, comparado com a mesma pesquisa do ano passado.

A cada edição, o “Cartografia das Violências na Amazônia” vem identificando uma relação entre narcotraficantes e os crimes ambientais, como o desmatamento e o garimpo ilegal.

Foto colorida de pichação em Barcarena Pará - Metrópoles
Pichação de facção em Barcarena (PA): “proibido roubar nossa comunidade”

“Tráfico de drogas, crimes ambientais, grilagem de terra e outros tipos de ilegalidades são faces de uma mesma Hidra de Lerna (monstro mitológico) que não serão vencidas isoladamente”, diz outro trecho do estudo.

A Amazônia Legal é composta pelos estados do Amazonas, Acre, Rondônia, Roraima, Pará, Maranhão, Amapá, Tocantins, Mato Grosso e parte do Maranhão.

[/gpt3]

NOTÍCIA