O empresário Alex Rezende Parente prestou depoimento à Polícia Federal (PF). Ele foi preso enquanto transportava R$ 1,5 milhão em um jatinho particular rumo a Brasília. Para a corporação, ele afirmou que a quantia seria usada para comprar equipamentos para sua empresa. O jornal O Globo divulgou a informação nesta segunda-feira, 16.
A prisão ocorreu em 3 de dezembro, como parte de uma investigação sobre um esquema de desvio de recursos públicos. O crime envolve contratos do Departamento Nacional de Obras contra as Secas.
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De acordo com a Polícia Federal, Rezende seria sócio de várias empresas supostamente usadas no esquema. Ele movimentaria grandes volumes de recursos por meio de documentos fiscais fraudulentos para simular serviços não realizados.
Em depoimento, Rezende disse que o dinheiro resultava da venda de equipamentos pesados e que ele vinha acumulando a quantia há mais de um ano. O empresário afirmou ainda que preferiu levar o dinheiro para Brasília por causa do custo mais alto do maquinário em Salvador.
Dinheiro de empresário teria origem ilícita
Conforme a decisão que autorizou a operação, os valores transportados no jatinho teriam origem ilícita e seriam destinados ao pagamento de propina em Brasília. “Ademais, vem juntando dinheiro há mais de um ano, razão por que tinha esse montante”, disse no depoimento à PF.
A operação, denominada Overclean, apura um possível desvio de R$ 1,4 bilhão em contratos públicos. A PF apreendeu uma planilha com contratos e valores que somam mais de R$ 200 milhões, relacionados a transações suspeitas no Rio de Janeiro e no Amapá.
A Controladoria-Geral da União (CGU) informou que, em 2024, o grupo investigado celebrou contratos que totalizam R$ 825 milhões. A CGU identificou um superfaturamento parcial de mais de R$ 8 milhões em contratos do Dnocs.
A defesa de Alex Rezende afirmou ao Globo que ainda não teve acesso total aos autos do processo e pretende esclarecer todos os fatos durante a investigação e um possível processo judicial.
