O presidente Luiz Inácio Lula da Silva estuda reduzir o espaço do PT na Esplanada dos Ministérios para acomodar partidos do Centrão. Dessa forma, siglas como PSD, PP, MDB, Podemos e União Brasil podem ganhar espaço, depois da reforma ministerial do ano que vem.
Essa decisão visa a atender a insatisfações desses partidos com a atual estrutura governamental. Atualmente, o Partido dos Trabalhadores comanda 13 dos 38 ministérios.
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A pressão por mudanças intensificou-se depois do envio de um pacote de cortes de gastos ao Congresso. Siglas aliadas manifestaram descontentamento com a votação rápida de propostas impopulares e exigiram a liberação de emendas orçamentárias em troca de apoio.
Negociações políticas
O PSD e o União Brasil, em especial, demandaram mais espaço ministerial. Durante esse processo, uma reunião de última hora com Rui Costa, da Casa Civil, e Alexandre Padilha, das Relações Institucionais, ajudou a mudar a posição do PSD.
Além disso, Lula busca fortalecer alianças com vistas a uma possível candidatura à reeleição em 2026. O presidente sinalizou correção de rumos na comunicação, mas ainda não definiu quais petistas vão perder cargos nos ministérios.
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O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), é um dos pré-candidatos à Presidência em 2026. Lula planeja anunciar mudanças ministeriais depois do Carnaval, em março, quando o novo comando do Congresso estará consolidado, com Hugo Motta (Republicanos-PB) na Câmara e Davi Alcolumbre (União Brasil-AP) no Senado.
Planejamento de Lula para mudanças
Uma reunião ministerial está prevista para dezembro, com o objetivo de avaliar o ano e transmitir diretrizes. Lula, em recuperação de uma cirurgia no crânio, insiste em participar.
Especula-se sobre mudanças no Ministério de Minas e Energia, atualmente liderado por Alexandre Silveira. O cargo pode ir para o MDB, com Eduardo Braga, ou para o Republicanos, com Marcos Pereira. Internamente, há esforços para que Silveira seja mantido em uma posição pessoal, com garantia ao espaço do PSD.
Outra possível alteração envolve o Ministério do Desenvolvimento Social, sob Wellington Dias, apesar da resistência do PT em abdicar da pasta. Ele recebe críticas por não converter ações do Bolsa Família em apoio político.
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Na área de comunicação, a saída de Paulo Pimenta da Secretaria de Comunicação Social é praticamente certa. Lula criticou a gestão da comunicação e busca “correções” a partir de 2025. Pimenta pode ser realocado para a Secretaria-Geral da Presidência ou outra função governamental.
A boa relação de Alexandre Silveira com Janja Lula da Silva, e a resistência a mudanças nos ministros do PT, como Rui Costa, da Casa Civil, Alexandre Padilha, das Relações Institucionais, e o secretário-geral, Márcio Macedo, também são fatores a serem considerados na definição das mudanças.