Bolsa cai 29,3% em dólar em 2024 e tem pior resultado desde 2015 – Paulo Figueiredo

Foto: Bigstock

Resultado fica abaixo de 2020, início da pandemia de covid, quando a queda registrada foi de 20,2%; dados são da consultoria Elos Ayta

O Ibovespa, principal índice da B3 (Bolsa de Valores de São Paulo), fechou nesta 4ª feira (18.dez.2024) aos 120.771,88 pontos. Trata-se de uma queda diária de 3,15%. Houve um recuo de 3.926 pontos ante o encerramento do pregão na 3ª feira (17.dez).

Ao se considerar a variação da Bolsa brasileira em dólar, a queda foi de 29,3% no acumulado de janeiro a 18 de dezembro de 2024. É o pior resultado desde 2015, quando o recuo foi de 41,0%. Os dados são do Einar Rivero, da consultoria Elos Ayta, e foram encaminhados com exclusividade ao Poder360.

O desempenho pífio é pior do que em 2020, o 1º ano da pandemia de covid-19. Naquele período, a queda foi de 20,2%.

Leia a trajetória da Bolsa em dólar ano a ano:

AÇÕES DESPENCAM

A companhia aérea Azul foi a que mais se desvalorizou em dólares, com queda de 82,4% no acumulado de 1º de janeiro a 18 de dezembro de 2024. A Cogna, do setor educacional, foi a 2ª com maior recuo (-77,7%) no período.

POLÍTICA FISCAL PREOCUPA INVESTIDORES

O desempenho negativo da Bolsa brasileira se dá ao mesmo tempo em que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) corre para aprovar medidas de ajuste fiscal e o projeto do Orçamento de 2025. O recesso legislativo começa oficialmente na 2ª feira (23.dez), mas deputados e senadores devem deixar Brasília antes disso, por causa do fim de semana. Na prática, há menos de uma semana para a votação das medidas de interesse do governo, como o pacote fiscal.

Há um temor de investidores de que o Congresso desidrate as medidas de cortes de gastos, que economistas e agentes do mercado financeiro já consideravam insuficientes. Ao detalhar o pacote fiscal em 28 de novembro, o impacto estimado pela equipe econômica foi de R$ 71,9 bilhões para 2025 e 2026. A projeção para os próximos 6 anos é de R$ 327 bilhões.

DÓLAR VS. REAL

O dólar comercial renovou recorde e fechou nesta 4ª feira (18.dez) a R$ 6,27, o que representa uma alta de 2,82%. Trata-se da 5ª elevação seguida.

O Banco Central do Brasil não atuou com leilões no mercado cambial nesta 4ª feira (18.dez), diferentemente dos dias anteriores. A autoridade monetária, contudo, fará nova intervenção na 5ª feira (19.dez) ao leiloar até US$ 3 bilhões.

Segundo o consultor Einar Rivero, a desvalorização do real se dá por 2 fatores:

  • incertezas fiscais internas – “A desconfiança do mercado em relação à trajetória das contas públicas continua afetando o câmbio. O anúncio do pacote fiscal do governo não conseguiu convencer os investidores”; e
  • juros mais altos nos EUA – “O Federal Reserve manteve os juros elevados ao longo do ano, atraindo capitais para os títulos do Tesouro americano e pressionando moedas emergentes como o real”.

Nesta 4ª feira (18.dez), o Fed (Federal Reserve, o banco central dos Estados Unidos) decidiu reduzir o intervalo da taxa básica de juros de 4,50% a 4,75% para 4,25% a 4,50% ao ano.

A autoridade monetária norte-americana indicou que deve realizar mais 2 cortes em 2025, sinalizando cautela. No comunicado disse que a atividade econômica segue em expansão.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta 4ª feira (18.dez) acreditar que a cotação do dólar vai “se acomodar”. Em entrevista a jornalistas, afirmou que o governo federal tem feito o seu papel de enviar medidas que limitam o crescimento das despesas públicas.

“Tenho conversado muito com as instituições financeiras [sobre a] previsão de inflação do ano que vem, previsão de câmbio no ano que vem. Até aqui, nas conversas com as grandes instituições, as previsões são melhores do que as que os especuladores estão fazendo”, disse.

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Resultado fica abaixo de 2020, início da pandemia de covid, quando a queda registrada foi de 20,2%; dados são da consultoria Elos Ayta

O Ibovespa, principal índice da B3 (Bolsa de Valores de São Paulo), fechou nesta 4ª feira (18.dez.2024) aos 120.771,88 pontos. Trata-se de uma queda diária de 3,15%. Houve um recuo de 3.926 pontos ante o encerramento do pregão na 3ª feira (17.dez).

Ao se considerar a variação da Bolsa brasileira em dólar, a queda foi de 29,3% no acumulado de janeiro a 18 de dezembro de 2024. É o pior resultado desde 2015, quando o recuo foi de 41,0%. Os dados são do Einar Rivero, da consultoria Elos Ayta, e foram encaminhados com exclusividade ao Poder360.

O desempenho pífio é pior do que em 2020, o 1º ano da pandemia de covid-19. Naquele período, a queda foi de 20,2%.

Leia a trajetória da Bolsa em dólar ano a ano:

AÇÕES DESPENCAM

A companhia aérea Azul foi a que mais se desvalorizou em dólares, com queda de 82,4% no acumulado de 1º de janeiro a 18 de dezembro de 2024. A Cogna, do setor educacional, foi a 2ª com maior recuo (-77,7%) no período.

POLÍTICA FISCAL PREOCUPA INVESTIDORES

O desempenho negativo da Bolsa brasileira se dá ao mesmo tempo em que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) corre para aprovar medidas de ajuste fiscal e o projeto do Orçamento de 2025. O recesso legislativo começa oficialmente na 2ª feira (23.dez), mas deputados e senadores devem deixar Brasília antes disso, por causa do fim de semana. Na prática, há menos de uma semana para a votação das medidas de interesse do governo, como o pacote fiscal.

Há um temor de investidores de que o Congresso desidrate as medidas de cortes de gastos, que economistas e agentes do mercado financeiro já consideravam insuficientes. Ao detalhar o pacote fiscal em 28 de novembro, o impacto estimado pela equipe econômica foi de R$ 71,9 bilhões para 2025 e 2026. A projeção para os próximos 6 anos é de R$ 327 bilhões.

DÓLAR VS. REAL

O dólar comercial renovou recorde e fechou nesta 4ª feira (18.dez) a R$ 6,27, o que representa uma alta de 2,82%. Trata-se da 5ª elevação seguida.

O Banco Central do Brasil não atuou com leilões no mercado cambial nesta 4ª feira (18.dez), diferentemente dos dias anteriores. A autoridade monetária, contudo, fará nova intervenção na 5ª feira (19.dez) ao leiloar até US$ 3 bilhões.

Segundo o consultor Einar Rivero, a desvalorização do real se dá por 2 fatores:

  • incertezas fiscais internas – “A desconfiança do mercado em relação à trajetória das contas públicas continua afetando o câmbio. O anúncio do pacote fiscal do governo não conseguiu convencer os investidores”; e
  • juros mais altos nos EUA – “O Federal Reserve manteve os juros elevados ao longo do ano, atraindo capitais para os títulos do Tesouro americano e pressionando moedas emergentes como o real”.

Nesta 4ª feira (18.dez), o Fed (Federal Reserve, o banco central dos Estados Unidos) decidiu reduzir o intervalo da taxa básica de juros de 4,50% a 4,75% para 4,25% a 4,50% ao ano.

A autoridade monetária norte-americana indicou que deve realizar mais 2 cortes em 2025, sinalizando cautela. No comunicado disse que a atividade econômica segue em expansão.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta 4ª feira (18.dez) acreditar que a cotação do dólar vai “se acomodar”. Em entrevista a jornalistas, afirmou que o governo federal tem feito o seu papel de enviar medidas que limitam o crescimento das despesas públicas.

“Tenho conversado muito com as instituições financeiras [sobre a] previsão de inflação do ano que vem, previsão de câmbio no ano que vem. Até aqui, nas conversas com as grandes instituições, as previsões são melhores do que as que os especuladores estão fazendo”, disse.

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