Deputada do Psol propõe ‘auxílio emergencial’ para deportados

A deputada Talíria Petrone (PSol-RJ), recém-nomeada líder do PSol na Câmara, propôs um projeto de lei visando a criação de um auxílio emergencial para brasileiros deportados. A sugestão destina-se especialmente aos que retornam dos Estados Unidos.

Conforme o projeto, o auxílio seria de um salário mínimo mensal, pago por 12 meses, aos repatriados que residiam no exterior e não cometeram crimes de acordo com as leis brasileiras.

“A criação do ‘Auxílio Emergencial para Repatriados Forçados’ é uma medida essencial para assegurar suporte aos brasileiros que regressam ao país em condição de extrema vulnerabilidade”, justifica a deputada no projeto.

Desde a volta de Donald Trump à presidência dos EUA, as deportações de brasileiros que entraram ilegalmente no país têm provocado tensões entre a Casa Branca e os governos latino-americanos.

Em janeiro um incidente com um voo de deportados que parou em Manaus fez com que o governo brasileiro buscasse esclarecimentos na embaixada dos EUA sobre o tratamento dado aos repatriados, que estavam algemados.

Detalhes do ‘auxílio emergencial’ para deportados

Avião com brasileiros deportados dos Estados Unidos está em ManausAvião com brasileiros deportados dos Estados Unidos está em Manaus
O primeiro avião com deportados chegou ao Brasil em 10 de janeiro, antes ainda de Donald Trump tomar posse como presidente | Foto: Reprodução/Twitter/X/@rpcradiolorica

De acordo com a proposta, serão beneficiados os brasileiros deportados que:

  • tenham sido forçados a voltar ao Brasil de modo individual ou com sua família por ordem de país estrangeiro;
  • tinham residência fixa no país estrangeiro, excluindo-se aqueles que estavam apenas passagem pelo país estrangeiro e;
  • não foram repatriados em razão do cometimento de crime reconhecido pela lei penal brasileira.

Além disso, serão beneficiados os brasileiros repatriados a partir de 20 de janeiro de 2025, data da posse de Donald Trump como novo presidente eleito dos Estados Unidos.

O texto ainda veda o auxílio a pessoas “que retornem tendo fonte de renda que lhes assegure renda per capita a partir de um salário mínimo, ou que sejam funcionárias públicas”.

Governo Lula quer criar grupo de trabalho com os EUA para discutir deportações

O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) quer propor à administração de Donald Trump a criação de um grupo de trabalho conjunto para tratar das deportações de migrantes brasileiros. A apuração é do jornal Folha de S.Paulo.

Segundo interlocutores do governo brasileiro, o objetivo é dialogar com as autoridades norte-americanas para “garantir segurança no transporte e um tratamento digno aos deportados”.

A decisão foi tomada em uma reunião no Palácio do Planalto entre o presidente Lula, ministros e demais autoridades, depois de relatos de maus-tratos e uso de algemas durante as deportações. O encontro durou mais de uma hora.

Depois da reunião, o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, declarou que um dos focos do governo brasileiro é estabelecer um canal de diálogo com os Estados Unidos para assegurar que as deportações atendam a “requisitos mínimos de dignidade e respeito aos direitos humanos”.

Desde os anos 1980, brasileiros deportados dos Estados Unidos utilizam algemas. Esse procedimento-padrão, segundo normas norte-americanas, busca garantir a segurança dos detidos e dos agentes de imigração.

As algemas protegem a pessoa sob custódia, que pode se machucar ou cometer atos extremos, e asseguram a integridade dos agentes.

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