
O deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e ex-candidato à prefeitura do Rio de Janeiro, foi tornado réu no Supremo Tribunal Federal (STF) por tentativa de golpe de Estado. A decisão, unânime, foi tomada pela Primeira Turma da Corte na tarde desta quarta-feira (26), com base em denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República. As informações são do Tempo Real.
Ramagem está entre os 37 nomes indiciados pela Polícia Federal em novembro do ano passado. Segundo as investigações, os acusados teriam atuado de forma coordenada, com divisão de tarefas, para manter Jair Bolsonaro (PL) no poder após a derrota nas eleições presidenciais de 2022.
Além de Bolsonaro e Ramagem, também se tornaram réus os generais Walter Braga Netto e Augusto Heleno, os ex-ministros Anderson Torres e Paulo Sérgio Nogueira, o ex-comandante da Marinha Almir Garnier e o ex-ajudante de ordens Mauro Cid.
O ministro relator do caso, Alexandre de Moraes, ressaltou que o julgamento tem por objetivo verificar a existência de elementos mínimos para abertura de ação penal. “A ação penal é o espaço adequado para a produção das provas e a apresentação das defesas sobre os fatos imputados”, explicou o magistrado. O julgamento final ainda não tem data definida.
Alexandre Ramagem, delegado da Polícia Federal desde 2005, tem graduação em Direito pela PUC-Rio e integrou a equipe da Lava Jato no Rio de Janeiro. Coordenou a segurança de grandes eventos como a Rio+20, a Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016. Após o atentado sofrido por Bolsonaro em 2018, assumiu a chefia de sua segurança pessoal, consolidando a ligação com a família do então candidato.
Ramagem foi nomeado diretor-geral da Abin em 2019, permanecendo no cargo até 2022. No mesmo ano, foi eleito deputado federal com 59.170 votos. Em 2024, disputou a prefeitura do Rio, mas foi derrotado no primeiro turno pelo atual prefeito Eduardo Paes (PSD).