Portinho defende ‘anistia ampla, geral e irrestrita’

O líder do Partido Liberal no Senado Federal, Carlos Portinho (RJ), defendeu a aprovação de uma proposta de anistia “ampla, geral e irrestrita”. A declaração foi dada nesta sexta-feira, 11, em coletiva de imprensa. 

“Esse tipo de anistia não é novidade do país, inclusive foi o que permitiu que pessoas ocupassem o cargo de Presidente da República”, destacou Portinho. “No governo Lula, que é um governo de anistiados, é curioso que façam pressão sobre o parlamento para que não assinem agora uma anistia.”

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Segundo o senador, a manifestação de 8 de janeiro de 2023 foi uma “revolta popular” e que há o “envolvimento de emoção do judiciário no julgamento” dos presos. “A anistia é o maior gesto de paz, que é o que o país precisa”, declarou.

“Anistia não anula processo, não anula pena”, sinalizou. “Apenas exime do cumprimento de penas que tenham sido dadas. As condenações não são anuladas, apenas o cumprimento da pena é dispensado.”

Para Portinho, os julgamentos no Supremo Tribunal Federal (STF) “não consideraram a individualidade” dos presos, os quais passaram por “julgamentos em massa”: “As pessoas têm o direito ao duplo grau de jurisdição, que não foi respeitado”, acrescentou.

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O líder do Partido Liberal ainda destacou que, com a aprovação da proposta na Câmara dos Deputados, terá o apoio dos parlamentares no Senado Federal. 

“Se chegar ao presidente Lula, que ele dê o gesto de grandeza que um dia lhe foi concedido”, finalizou.

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, disse que o 'Brasil precisa dessa pacificação' prevista na anistia | Foto: Kayo Magalhães/Câmara dos DeputadosO presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, disse que o 'Brasil precisa dessa pacificação' prevista na anistia | Foto: Kayo Magalhães/Câmara dos Deputados
O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, disse que o ‘Brasil precisa dessa pacificação’ prevista na anistia | Foto: Kayo Magalhães/Câmara dos Deputados

Entrega das assinaturas na Câmara

Agora, o líder Sóstenes vai entregar o documento com as mais de 260 assinaturas em apoio ao projeto que beneficia os presos do 8 de janeiro de 2023 para o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos).

O objetivo é sensibilizar Motta e, assim, conseguir pautar o requerimento e a votação do projeto. Segundo apurado por Oeste, em encontro com Bolsonaro na quarta-feira 9, o presidente da Casa afirmou que poderia pautar a anistia na Casa, se houver um consenso, um apoio da maioria e “clima” para a votação. 

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Para que o requerimento de urgência seja pautado no plenário, é preciso ter a assinatura dos líderes partidários. Na semana passada, Motta pediu a esses parlamentares para que não assinassem o documento e, por isso, a oposição iniciou uma força-tarefa para angariar as assinaturas de apoio da maioria absoluta dos deputados da Casa para negociar a votação com o presidente.

O ex-presidente Jair Bolsonaro durante ato pela anistia dos envolvidos nas invasões em Brasília no dia 8 de janeiro de 2023, na Avenida Paulista, em São Paulo (SP), neste domingo, 6 — 6/4/2025 | Foto: Tiago Queiroz/Estadão ConteúdoO ex-presidente Jair Bolsonaro durante ato pela anistia dos envolvidos nas invasões em Brasília no dia 8 de janeiro de 2023, na Avenida Paulista, em São Paulo (SP), neste domingo, 6 — 6/4/2025 | Foto: Tiago Queiroz/Estadão Conteúdo
O ex-presidente Jair Bolsonaro foi um dos principais negociadores para conseguir o apoio necessário para aprovar a proposta na Câmara dos Deputados | Foto: Tiago Queiroz/Estadão Conteúdo

Partido Liberal quer pautar a anistia em abril

Com mais de 260 deputados apoiadores, o Partido Liberal (PL) quer pautar a anistia no plenário da Câmara dos Deputados ainda neste mês de abril. Ao todo, são necessários 257 votos para aprovar a proposta. 

Durante coletiva de imprensa nesta sexta-feira, 11, o líder do PL na Casa, Sóstenes Cavalcante (RJ), afirmou que “em nenhum momento deixamos de conversar com o presidente Hugo Motta” sobre a tramitação da anistia. 

“Em nenhum momento nós, do PL, fizemos ataques ao presidente Hugo Motta, por entender a dificuldade da matéria para o cargo que ele exerce”, esclareceu. “Reconhecemos que Hugo Motta teve apoio tanto do PL quanto do PT, mas ele sempre foi muito transparente conosco.”

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