“Não temos os votos necessários”, diz Mourão

O senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS), ex-vice-presidente da República, afirmou que ainda não há respaldo suficiente no Senado Federal para aprovar a proposta de anistia aos acusados de envolvimento no 8 do janeiro.

+ Leia mais notícias de Política em Oeste

“Avalio, com base na situação de hoje, que ainda não temos os votos necessários”, disse Mourão a Oeste. “Vamos trabalhar para obtê-los.”

Mourão é a favor da proposta. Ele defende a tese de que a anistia foi um recurso utilizado em momentos decisivos da história brasileira e, portanto, seria pertinente no cenário atual.

No entanto, o ambiente político na Casa Alta é adverso. A oposição avalia que o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), atua na contramão dos que apoiam a proposta. O motivo, apontam, seria o claro alinhamento dele com o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva — marcado por denúncias de corrupção, aparelhamento do Estado e ingerência sobre as instituições.

Magno Malta cobra anistia

O vice-líder da oposição no Senado, Magno Malta (PL-ES), manifestou frustração com a postura de Alcolumbre. Segundo Malta, o presidente da Casa se distancia das promessas feitas à base oposicionista que o apoiou para o comando do Congresso — com aval do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Veja também: “Magno Malta cobra anistia: ‘Alcolumbre está em sintonia com STF’”

“Meu relacionamento com o senador Davi Alcolumbre, no âmbito pessoal, sempre foi tranquilo”, afirmou Malta. “Não tenho nada contra ele. Pelo contrário, temos uma boa convivência. Ele é uma pessoa que se relaciona bem com os outros. e isso facilita o diálogo.”

Ainda assim, Malta foi categórico ao apontar o distanciamento político entre ambos. “Quando o assunto é política, as diferenças ficam claras”, disse o senador pelo Partido Liberal do Espírito Santo. “Davi não deixa dúvidas sobre suas posições, pensamentos e alinhamentos. Ele expressa isso abertamente, e eu sempre soube onde cada um de nós se posiciona. No embate político, estamos em lados opostos. Simples assim.”

A cobrança feita por Malta ganha peso diante da pressão crescente de parlamentares conservadores para levar a pauta da anistia à votação. A oposição, que integra a base de apoio de Bolsonaro, tem reiterado que a concessão do perdão seria um gesto de pacificação nacional.



NOTÍCIA