Pré-campanha ou pré-encrenca? O caso do prefeito de Sorocaba e o efeito colateral do protagonismo político

Foto: Reprodução/Redes Sociais

Abril chegou com tudo. Rodrigo Manga, prefeito de Sorocaba e personagem conhecido por vídeos engraçados, resolveu se declarar pré-candidato à Presidência da República. Mal o vídeo de anúncio esfriou nas redes e, poucos dias depois, a Polícia Federal bateu à sua porta.

Vamos deixar a operação seguir seu curso — porque, no Brasil de 2024, ninguém mais sabe se está diante de um processo legítimo ou um teatro político. O próprio Manga gravou um vídeo logo depois da batida, afirmando que tudo o que a PF encontrou foi “um bolo de cenoura, Nutella e o Pokémon que o filho dele tanto ama”.

É claro que cada um vai tirar suas próprias conclusões. Mas uma coisa é certa: ser pré-candidato no Brasil é entrar num campo minado.

Enquanto isso, nos gabinetes refrigerados de Brasília, o que realmente está pegando fogo é a votação do projeto de anistia. E quem entende de jogo político sabe que a briga agora está longe da disputa pela Presidência. Está no Congresso. É na Câmara e no Senado que as cartas mais importantes estão sendo jogadas — e onde os protagonistas de 2026 estão se desenhando, longe do foco principal.

Mas, infelizmente, a maioria dos futuros candidatos continua distraída. Uns com o sonho de viralizar. Outros tentando copiar alguém que deu certo. E boa parte caindo no velho conto das agências milagrosas, que prometem vitória com arte em PNG e frase de efeito.

Então vamos falar sério sobre isso.

Você vai, sim, precisar de agência. Vai precisar de comunicação. Vai precisar de apoio técnico. Mas precisa, antes de tudo, saber escolher.

A maioria das “agências políticas” não passa de fábrica de template genérico. Troca o nome, muda a cor e diz que está tudo pronto. Campanha, pra eles, é só panfleto, slogan e um vídeo com drone. Mas a verdade é que comunicação política real começa no território, passa pelo comportamento humano e se constrói com base em estratégia — não em estética.

Quem vai ganhar em 2026 não é o mais bonito no feed. É o mais preparado nos bastidores. É quem já mapeou seu público, conhece a realidade local, tem discurso alinhado com a dor do eleitor e sabe que santinho bem impresso não cobre erro de narrativa.

E não se iluda: encontrar um bom marqueteiro é tarefa difícil. Mas é o diferencial. É ele que vai saber o que fazer quando o adversário ataca, quando o escândalo estoura ou quando a imprensa te ignora. Um bom estrategista constrói reputação, segura crise e vira voto. Os ruins… bom, os ruins entregam uma arte em tons pastéis com a frase “por um futuro melhor”.

E o tempo? O tempo é agora. Quem deixa pra montar equipe depois só descobre que perdeu a eleição quando já está postando “gratidão pelos aprendizados” no dia seguinte da apuração.

Nesse jogo, quem entra cru, seja por erro próprio ou por fogo amigo, vai apanhar. E, quando a pancada vier, não adianta apelar para o bolo de cenoura ou o bonequinho do filho — porque o eleitor não perdoa amadorismo.



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Abril chegou com tudo. Rodrigo Manga, prefeito de Sorocaba e personagem conhecido por vídeos engraçados, resolveu se declarar pré-candidato à Presidência da República. Mal o vídeo de anúncio esfriou nas redes e, poucos dias depois, a Polícia Federal bateu à sua porta.

Vamos deixar a operação seguir seu curso — porque, no Brasil de 2024, ninguém mais sabe se está diante de um processo legítimo ou um teatro político. O próprio Manga gravou um vídeo logo depois da batida, afirmando que tudo o que a PF encontrou foi “um bolo de cenoura, Nutella e o Pokémon que o filho dele tanto ama”.

É claro que cada um vai tirar suas próprias conclusões. Mas uma coisa é certa: ser pré-candidato no Brasil é entrar num campo minado.

Enquanto isso, nos gabinetes refrigerados de Brasília, o que realmente está pegando fogo é a votação do projeto de anistia. E quem entende de jogo político sabe que a briga agora está longe da disputa pela Presidência. Está no Congresso. É na Câmara e no Senado que as cartas mais importantes estão sendo jogadas — e onde os protagonistas de 2026 estão se desenhando, longe do foco principal.

Mas, infelizmente, a maioria dos futuros candidatos continua distraída. Uns com o sonho de viralizar. Outros tentando copiar alguém que deu certo. E boa parte caindo no velho conto das agências milagrosas, que prometem vitória com arte em PNG e frase de efeito.

Então vamos falar sério sobre isso.

Você vai, sim, precisar de agência. Vai precisar de comunicação. Vai precisar de apoio técnico. Mas precisa, antes de tudo, saber escolher.

A maioria das “agências políticas” não passa de fábrica de template genérico. Troca o nome, muda a cor e diz que está tudo pronto. Campanha, pra eles, é só panfleto, slogan e um vídeo com drone. Mas a verdade é que comunicação política real começa no território, passa pelo comportamento humano e se constrói com base em estratégia — não em estética.

Quem vai ganhar em 2026 não é o mais bonito no feed. É o mais preparado nos bastidores. É quem já mapeou seu público, conhece a realidade local, tem discurso alinhado com a dor do eleitor e sabe que santinho bem impresso não cobre erro de narrativa.

E não se iluda: encontrar um bom marqueteiro é tarefa difícil. Mas é o diferencial. É ele que vai saber o que fazer quando o adversário ataca, quando o escândalo estoura ou quando a imprensa te ignora. Um bom estrategista constrói reputação, segura crise e vira voto. Os ruins… bom, os ruins entregam uma arte em tons pastéis com a frase “por um futuro melhor”.

E o tempo? O tempo é agora. Quem deixa pra montar equipe depois só descobre que perdeu a eleição quando já está postando “gratidão pelos aprendizados” no dia seguinte da apuração.

Nesse jogo, quem entra cru, seja por erro próprio ou por fogo amigo, vai apanhar. E, quando a pancada vier, não adianta apelar para o bolo de cenoura ou o bonequinho do filho — porque o eleitor não perdoa amadorismo.

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