O vereador Rafael Satiê (PL) foi alvo de um ataque racista vindo da galeria, durante a sessão que aprovou o armamento da Guarda Municipal nesta terça-feira (15), na Câmara do Rio. Segundo o parlamentar, os ataques tinham como objetivo “cancelar” sua atuação por ser um homem negro e conservador.
Satiê, que é presidente da Comissão de Combate ao Racismo da Câmara, discursava a favor da proposta, quando um grupo de manifestantes contrários à medida passou a gritar “capitão do mato” em sua direção. Satiê reagiu imediatamente, apontando para os agressores:
“Mais alto! Isso é racismo, senhoras e senhores! Isso é racismo!” Estão chamando o preto de capitão do mato. Isso tem condenação no Supremo Tribunal Federal”, disse o vereador.
A expressão usada tem carga racista: no período colonial, capitães-do-mato — muitos deles negros — reprimiam violentamente escravizados fugitivos. O ataque ocorreu após Satiê defender que a Guarda é majoritariamente formada por pretos e pardos.
“A Guarda é formada, em sua maioria, por pretos e pardos. Dizer que ela vai sair por aí oprimindo preto e pobre é uma distorção”, afirmou o parlamentar.
A sessão precisou ser interrompida momentaneamente pelo presidente da Casa, Carlo Caiado (PSD), e agentes de segurança foram acionados para conter os ânimos.
