Conselho de Previdência discute o assunto

O Conselho Nacional de Previdência Social (CNPS) se reúne na tarde desta segunda-feira, 28, dias depois de a Polícia Federal (PF) deflagrar uma operação contra o esquema de descontos indevidos em aposentadorias do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Embora a fraude não esteja oficialmente na pauta do encontro, o tema será discutido, de acordo com a apuração do portal Metrópoles.

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A reunião, prevista para acontecer entre as  14h30 e as 17h, vai ter a presença do ministro da Previdência, Carlos Lupi, que preside o CNPS, além de representantes do governo federal, de aposentados, pensionistas, trabalhadores e empregadores. O conselho se reúne mensalmente, em datas previamente estabelecidas.

Alessandro Stefanutto, então presidente do INSSAlessandro Stefanutto, então presidente do INSS
Alessandro Stefanutto, presidente afastado do cargo no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) | Foto: Reprodução/Arquivo Pessoal/Instagram

Três itens compõem a pauta oficial da reunião:

  • Acordo de greve da Perícia Médica Federal;
  • Medida Provisória nº 1.296, que cria o Programa de Gerenciamento de Benefício (PGB);
  • Apresentação do Anuário Estatístico de Acidente de Trabalho da Previdência Social (AEAT) 2023.

PF já cumpriu 117 mandados em operação por fraude no INSS

A operação da PF no INSS começou na última quarta-feira, 23. O inquérito investiga associações que cobravam mensalidades sem autorização, registradas em nome de laranjas.

Segundo a PF e a Controladoria-Geral da União (CGU), os descontos irregulares somam R$ 6,3 bilhões entre 2019 e 2024. No dia seguinte ao começo da operação, o governo suspendeu todos os acordos de cooperação com as associações envolvidas, para cessar as cobranças.

Em março de 2024, uma reportagem do Metrópoles revelou, via Lei de Acesso à Informação, que 29 entidades autorizadas pelo INSS a cobrar mensalidades associativas de aposentados tiveram aumento de 300% no faturamento em um ano, enquanto acumulavam mais de 60 mil ações judiciais por descontos indevidos. 

Dezenas de processos apontaram que aposentados passaram a ter descontos de R$ 45 a R$ 77 em seus benefícios, feitos por entidades que sequer conheciam, antes mesmo de o INSS depositar o pagamento em suas contas.

Diante das denúncias, o INSS abriu investigações internas, enquanto a CGU e a PF deflagraram a ação que resultou na Operação Sem Desconto. A apuração também identificou empresários envolvidos nas fraudes. Como consequência, o diretor de Benefícios do INSS, André Fidelis, foi exonerado.

Agentes da Polícia Federal (PF), em frente a prédio do INSSAgentes da Polícia Federal (PF), em frente a prédio do INSS
Agentes da Polícia Federal (PF), em frente a prédio do INSS | Foto: Divulgação/PF

A operação levou ainda ao afastamento e posterior demissão do então presidente do INSS, Alessandro Stefanutto. Outros quatro integrantes da cúpula do instituto foram afastados por seis meses:

  • Virgílio Antônio Ribeiro de Oliveira Filho, procurador-geral do INSS;
  • Giovani Batista Fassarella Spiecker, coordenador-geral de Suporte ao Atendimento ao Cliente;
  • Vanderlei Barbosa dos Santos, diretor de Benefícios e Relacionamento com o Cidadão;
  • Jacimar Fonseca da Silva, coordenador-geral de Pagamentos e Benefícios.

Ao todo, a PF cumpriu 211 mandados de busca e apreensão e seis de prisão no Distrito Federal e em 13 Estados. A operação também apreendeu carros e motocicletas de luxo usados pelos investigados.





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