Eduardo “Mãos de Tesoura” Paes mantém sua tradição: promessa de revisão salarial anual virou piada

Eduardo Paes na Rocinha – Foto: Tata Barreto

O senhor Prefeito Tik Toker Eduardo Paes, ou como muitos já conhecem, Eduardo “Mãos de Tesoura”, mantém firme a sua mais famosa tradição: não cumprir suas promessas. Sejam promessas para políticos, para a população ou para os funcionários públicos. Sua fama é de não ser uma pessoa confiável na política, pelo que se lê na mídia.

A farsa do “anual” que não é anual

Entre as várias promessas feitas para os servidores públicos do Município do Rio de Janeiro, uma delas, repetida à exaustão nas suas redes sociais para tentar para enganar a população e os jornalistas (os servidores, ele não engana mais), é a promessa de que haveria, no seu governo, revisão anual dos salários para preservar o poder de compra.

No dia 28 de outubro de 2020, Dia do Servidor Público, na Tijuca, o então candidato Eduardo Paes, em reunião eleitoral com servidores públicos, assinou a “Carta-compromisso de Eduardo Paes para os Servidores Públicos do Município do Rio de Janeiro”, com 11 promessas a serem cumpridas, caso fosse eleito.

Veja essa Carta no seguinte artigo:

“Paes lança Carta-Compromisso com ações para o Servidor Público”

O segundo Compromisso daquela Carta era o seguinte:

“2 – Promover o reajuste anual dos salários dos servidores públicos de acordo com a inflação mesmo que seja necessária uma ação na justiça contra a Lei Complementar 173/2020;”

Só que esse Compromisso não foi e não está sendo cumprido, pois:

O senhor Prefeito não entrou com a necessária ação na justiça contra a Lei Complementar 173, de 2020. Logo, isso foi uma promessa para enrolar os servidores.

A primeira revisão salarial dos servidores que foi realizada, depois desse tal Compromisso de revisão anual (???)  só ocorreu em dezembro de 2022, mais de dois anos depois do Compromisso e mais de 3 anos depois da revisão salarial anterior.

E, mesmo assim, o senhor Prefeito só concedeu essa revisão utilizando o ridículo e desrespeitoso índice de 5,35 %, quando a inflação acumulada desde a última revisão salarial, em fevereiro de 2019 (!), foi, segundo o IPCA-15 acumulado desde fevereiro de 2019 até dezembro de 2022, de 26,27 %.

Destaco que o índice utilizado para a revisão salarial na Prefeitura costuma ser o do IPCA – 15, que é o índice mensal que estabelece o índice do IPCA-E trimestral, que reajusta os tributos municipais.

A segunda revisão anual (???) concedida por ele foi em março de 2024, 15 (e não 12) meses depois da revisão anterior.

Só que o índice do IPCA – 15, de dezembro de 2022 (última revisão salarial) a fevereiro de 2024 (nova revisão salarial), foi de 6,40% e não de 5,26 %, que o Prefeito concedeu.

É… a maldade e o ódio do senhor Prefeito contra os servidores fez com que ele, na época, até retirasse quase 1% do índice de revisão dos servidores.

Conforme demonstrado nos artigos abaixo publicados neste Diário do Rio, a prática do senhor Prefeito é prometer revisão anual e não cumprir, como também usar artifícios para adiar as revisões, fazendo caixa às custas da defasagem salarial dos servidores:

“Eduardo “Mãos de Tesoura”: Paes não cumpre Compromissos com servidores”

“Mais maldades do Eduardo “Mãos de Tesoura” Paes contra os servidores”

Portanto, a tal revisão anual do senhor Prefeito é uma piada de mau gosto e uma promessa para enrolar os servidores municipais. Ela deverá também ser usada por ele de forma descarada na sua campanha para o governo estadual no ano que vem a fim de enganar os servidores estaduais.

A realidade atual continua mostrando a mesma prática sinistra do senhor Prefeito contra os servidores que ele tanto odeia.

Como a última revisão salarial efetivamente concedida foi em março de 2024, os servidores esperavam, sem muita confiança, é óbvio, que haveria a revisão salarial anual em março deste ano.

Mas o pagamento de março de 2025 já ocorreu e os contracheques referentes a abril já estão disponíveis na internet. Em ambos os casos, 14 (e não 12) meses depois da última revisão salarial, a remuneração dos servidores municipais continua sendo a mesma.

Ou seja, aquela tal celebrada promessa da chamada “revisão salarial anual” que Eduardo Paes vive alardeando, em seus vídeos ao estilo Tik Tok, na prática não é anual. Ela é, na realidade, “de vez em quandária”: só dá as caras quando ele quer, quando ele está de bom humor, quando ele lembra que ela existe ou quando a eleição se insinua feito assombração no retrovisor.

Se considerarmos que a revisão foi feita em março de 2024, já estamos há 14 meses sem qualquer atualização, desmentindo totalmente o discurso de “reajuste anual” que ele repete para fins eleitorais.

Pior ainda: de fevereiro de 2019 a abril de 2025, a inflação medida pelo IPCA-15 acumulou 41,81%, conforme se pode ver na tabela no dito abaixo:

Nesse período, os servidores só receberam:

  • Uma revisão de 5,35% em dezembro de 2022,
  • E outra de 5,26% em março de 2024.

Corrigindo de forma composta, essas duas revisões somadas totalizam apenas 10,99% de recomposição salarial.

Assim, faltam ainda 27,83% de revisão sobre o valor já atualizado para atingir o acumulado do IPCA-15 desde fevereiro de 2019. Ou seja, mais uma gigantesca dívida salarial da Prefeitura com seus servidores.

Logo, o “lucro inflacionário” da Prefeitura (na realidade, arrocho salarial em cima dos funcionários), com aquelas duas revisões salariais ridículas e desrespeitosas aplicadas pelo senhor Prefeito, e sem que ele aplique uma nova revisão salarial até hoje, é de 27,83% !!!

Além disso, caso o Prefeito resolva agora considerar apenas a revisão referente ao período de março de 2024 a abril de 2025, o índice a ser aplicado, segundo o IPCA-15, deveria ser de 5,63%, conforme tabela no sítio abaixo:

Portanto, não existe revisão salarial anual verdadeira nos governos de Eduardo Paes.

Existe sim um truque de marketing: fingir que concede reajuste anual, mas estender o prazo para 14 meses ou mais, traindo o compromisso formal que assinou em sua “Carta-Compromisso” no Dia do Servidor Público, em 2020.

E tudo indica que Eduardo Paes só deverá conceder alguma nova revisão salarial em 2026, ano eleitoral, quando tentará capitalizar politicamente em cima da correção que ele próprio deveria ter feito no tempo certo.

Assim, fica patente mais uma vez a velha prática do Prefeito: prometer muito, não cumprir promessas e cortar bastante — como bem representa a expressão “Mãos de Tesoura”, que tão bem caiu para descrever suas políticas contra os servidores públicos municipais.

A expressão “Mãos de Tesoura”, aliás, foi retirada de um artigo da jornalista Berenice Seara, no qual ela se referia aos cortes realizados pelo Prefeito no orçamento social.

A expressão, contudo, se aplica como uma luva também à política do Prefeito no que diz respeito ao corte de direitos dos servidores, como ficou claro no famoso Projeto de Lei do Pacote de Maldades aprovado recentemente, com o apoio subserviente dos Vereadores da Câmara Municipal do Rio de Janeiro.

Esse apelido, “Mãos de Tesoura”, já caiu no gosto dos servidores, que inclusive começaram a usá-lo nas redes sociais, com a criação de figurinhas e até de um boneco, no estilo action figure.

Veja isso no sítio abaixo:

No boneco do senhor Prefeito, temos os seguintes acessórios:

  • Um Pacote de Maldades;
  • Uma tesoura para cortar os direitos dos servidores efetivos;

O Palácio Guanabara – onde o senhor Governador despacha, governa, pois a maioria dos atos do senhor Prefeito Eduardo hoje tem como objetivo sua obsessiva busca para conquistar as chaves do Palácio Guanabara, um passo no caminho de realizar seu grande sonho rumo à Presidência da República. Como dizia, revirando os olhos no final de seus esquetes, a saudosa atriz e humorista Zezé Macedo, a eterna Dona Bela da Escolinha do Professor Raimundo: ele SÓ PENSA NAQUILO!”

Uma máscara do Duas-Caras, vilão clássico do Batman, simbolizando sua personalidade dividida: de um lado, o rosto normal; do outro, a face desfigurada, refletindo seu eterno conflito entre o bem (promessa) e o mal (não cumprimento da promessa).

Se esse boneco realmente existisse, ele seria vendido nas prateleiras da seção de terror das lojas, ao lado de figuras como:

  • Chucky – Boneco Assassino;
  • Freddy Krueger – A Hora do Pesadelo;
  • Jason Voorhees – Sexta-Feira 13;
  • Pennywise – o palhaço de “It”;
  • Coringa – o mais imprevisível e insano inimigo do Batman;

e outros ícones do terror — todos fariam uma ótima companhia para o “Mãos de Tesoura”, o novo “personagem” de horror para os servidores públicos.

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