Câmara declara perda de mandato de Chiquinho Brazão por faltas em sessões

Chiquinho Brazão

A Câmara dos Deputados declarou nesta quinta-feira (24) a perda de mandato de Chiquinho Brazão (sem partido-RJ), mais de um ano após sua prisão preventiva por suspeita de participação no assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, em 2018. A decisão, publicada no Diário Oficial da Casa, baseia-se no artigo da Constituição que prevê a perda de mandato por ausência injustificada em um terço das sessões ordinárias.

Chiquinho Brazão está detido desde março de 2024, inicialmente na Penitenciária Federal de Campo Grande, em Mato Grosso, e desde abril de 2025 cumpre prisão domiciliar, concedida pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, por questões de saúde, segundo a defesa.

O ato que declarou a vacância do cargo é assinado pelo presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), pelo 1º secretário, Carlos Veras (PT-PE), e pelo 2º secretário, Lula da Fonte (PP-PE).

Quem assume o mandato no lugar de Chiquinho é Ricardo Abrão, 1º suplente do União Brasil, ele é filho de Farid Abrão David, que foi prefeito da cidade de Nilópolis por três vezes e presidente da escola de samba Beija-Flor. Ele é também sobrinho de Anísio Abraão David. Ricardo é advogado. Já foi deputado estadual no Rio de Janeiro por duas vezes e também presidiu a Beija-Flor, no período de 2017 a 2021.

Brazão era alvo de um processo de cassação no Conselho de Ética da Câmara, iniciado por representação do PSOL, que alegava quebra de decoro parlamentar diante das acusações contra o deputado. Em setembro de 2024, o Conselho aprovou a cassação, mas o caso permaneceu parado no plenário, sem inclusão na pauta por parte da presidência da Casa.

Em nota, a deputada Talíria Petrone (PSOL-RJ), líder do partido na Câmara, comemorou a perda de mandato, mas criticou a forma como ocorreu: “Lamento profundamente que isso não tenha acontecido via deliberação de plenário pela cassação. Claramente com objetivo de preservar os direitos políticos daquele que possivelmente mandou executar Marielle e Anderson para que ele não fique inelegível. E também para preservar seus aliados deputados em plenário para que não coloquem suas digitais na cassação”, afirmou em publicação na rede X.

A decisão de perda de mandato por faltas não implica, necessariamente, na inelegibilidade de Chiquinho Brazão, ao contrário da cassação aprovada em plenário, o que motivou críticas de setores ligados à luta por justiça no caso Marielle.

Advertisement

Receba notícias no WhatsApp e e-mail

diario do rio whatsapp Câmara declara perda de mandato de Chiquinho Brazão por faltas em sessõesddr newsletter Câmara declara perda de mandato de Chiquinho Brazão por faltas em sessões

NOTÍCIA