O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, voltou a criticar a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que extingue a jornada de trabalho 6×1. Ele deu a declaração durante evento na Associação Comercial de São Paulo (ACSP), na última terça-feira, 19.
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De acordo com Campos Neto, trata-se de “um projeto prejudicial para o trabalhador”. Ele afirmou que a medida vai “aumentar o custo do trabalho, a informalidade, além de diminuir a produtividade”.
O tema ganhou repercussão nos últimos dias, em virtude da PEC apresentada pela deputada federal Erika Hilton (Psol-SP). O projeto propõe a substituição da jornada de trabalho 6×1 pela 4×3, com quatro dias trabalhado e três de folga.
Campos Neto elogia a política econômica da Argentina
No mesmo dia, Campos Neto elogiou a política econômica da Argentina. O presidente do BC citou as medidas econômicas do presidente Javier Milei ao tratar do tema fiscal.
Ele disse que, quando medidas de expansão fiscal são implantadas em um cenário de alta percepção de desequilíbrio das contas, o efeito gerado pode ser contrário ao esperado.
“Ou seja, faço um pacote fiscal ao tentar fazer a economia crescer, e o efeito é uma contração econômica, porque o elemento prêmio de risco, que atua sobre a disposição das pessoas de gastar e investir, é maior do que o dinheiro que foi colocado em circulação”, disse Campos Neto. “Você tenta empurrar a economia pelo fiscal, mas, na verdade, faz ela [sic] encolher.”
Na avaliação de Campos Neto, a Argentina é um exemplo de que o contrário também acontece. “No começo, a economia da Argentina não cresceu muito”, disse. “Agora, está surpreendendo para cima, porque a diminuição do prêmio de risco vale mais do que o dinheiro que você tirou de circulação por ter feito a contratação de gastos.”