O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), demonstrou insatisfação com seu secretariado neste domingo (25/8), em mensagens enviadas ao grupo de WhatsApp que mantinha com seus principais auxiliares. Castro criticou a falta de engajamento dos secretários na divulgação das ações positivas do governo e na defesa da administração estadual contra ataques de adversários políticos. O furo foi dado por Berenice Seara/Tempo Real.
No desabafo, Castro afirmou não esperar que os secretários ajam como “gado da internet“, mas lamentou a apatia da equipe. O governador sugeriu que, se exonerasse todos os comissionados indicados pelos secretários e nomeasse outros que, mesmo fazendo menos, defendessem mais ativamente o governo, a administração teria uma avaliação pública melhor. Ele também enfatizou que espera que os insatisfeitos tenham a dignidade de pedir demissão.
A tensão ocorre em meio à campanha eleitoral, em um momento crítico para o governo. Pesquisa Datafolha divulgada no dia 23 de agosto mostrou que 64% dos eleitores não votariam em um candidato a prefeito do Rio apoiado por Castro. Um levantamento anterior do Datafolha, realizado em julho, indicou que apenas um em cada cinco apoiadores do PL aprova a gestão do governador. Dependendo do instituto de pesquisa, o Rio de Janeiro oscila entre o penúltimo e o último lugar entre os governos estaduais mais mal avaliados do país.
A situação ficou ainda mais delicada após o vazamento das mensagens de Castro. Após o episódio, o governador decidiu desmantelar o grupo de WhatsApp na manhã desta segunda-feira (26/8), removendo individualmente cerca de 40 membros. A chefia de gabinete considerou o vazamento das críticas como “lamentável e covarde” e classificou a atitude dos secretários como “inominável”.
O desabafo de Castro foi desencadeado por uma operação do Batalhão de Ações com Cães da Polícia Militar (BAC), que resultou na apreensão de uma tonelada de drogas na Favela Nova Holanda, no Complexo da Maré. Castro havia celebrado a operação nas redes sociais, mas ficou desapontado com a falta de interação e apoio por parte dos secretários. O núcleo duro do Palácio Guanabara engrossou as críticas, ressaltando que poucos secretários tinham comentado ou curtido a publicação do governador, o que levou ao desabafo e, posteriormente, à dissolução do grupo.
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