Cláudio Castro e Eduardo Paes: disputa política se intensifica com declarações polêmicas no Rio de Janeiro


Em um cenário de tensão política crescente, o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, reagiu publicamente a comentários feitos por Pedro Paulo, aliado do prefeito Eduardo Paes. A polêmica teve início após Pedro Paulo, em entrevista ao jornal O Globo, afirmar que Paes deveria ser o próximo candidato ao governo estadual, destacando que “após Wilson Witzel, o breve, e Cláudio Castro, o fraco, é a hora de Eduardo Paes”.

A resposta de Cláudio Castro veio pelo Twitter, onde ele não poupou críticas e ironias. Em um tom considerado agressivo, Castro chamou Pedro Paulo de “video maker”, sugerindo que ele atuava como um “hobby” no cenário político. “Foi pura grosseria”, “Não foi uma resposta à altura do que foi dito. Afinal, estamos falando do governador do estado”.

A controvérsia gerada fez com que a entrevista de Pedro Paulo, inicialmente limitada pelo paywall do O Globo, ganhasse mais visibilidade quando Castro decidiu publicar uma imagem da entrevista nas redes. Segundo Renan Ferreirinha, importante articulador das opiniões de Paes nas redes sociais, a atitude de Castro evidenciou sua irritação. “Sentiu”, comentou Ferreirinha, usando uma expressão popular para indicar o incômodo do governador.

Um Novo Contexto Político para Eduardo Paes

Diferente da campanha de 2018, quando Paes era visto como uma continuidade dos governos de Sérgio Cabral e Pezão, atualmente ele se apresenta como oposição à administração de Cláudio Castro e do deputado Rodrigo Bacellar. No entanto, essa oposição é considerada por muitos como parcial, já que diversos aliados de Paes estão no governo estadual, incluindo figuras do PP e do União Brasil.

Apesar de se posicionar como oponente, Paes busca um discurso de centro. “Não é correto colocar Paes como representante da esquerda”, “Paes se identifica mais com o centro, ou, como ele próprio define, o ‘extremo centro’”.

Cláudio Castro e as Eleições de 2026

Embora Eduardo Paes insista que não é candidato ao governo em 2026, seus aliados, incluindo Pedro Paulo e Gilberto Kassab, sugerem o contrário. Kassab declarou que Paes deverá romper até mesmo uma promessa pessoal ao Vasco para disputar o governo estadual. A pressão vem também de setores da direita, como Antônio de Paulo, que vocaliza o apoio dos evangélicos não alinhados com Bolsonaro.

Castro, ao reagir duramente, parece estar contribuindo para impulsionar o nome de Paes na oposição. Em sua crítica a Pedro Paulo, o governador afirmou que o aliado de Paes “não possui trajetória política” e ainda menosprezou suas conquistas. Mas Pedro Paulo já foi deputado estadual, federal e ocupou cargos como secretário de Governo e Meio Ambiente, construindo um currículo político mais extenso que o de Castro, que emergiu da posição de vereador.

A Repercussão e o Futuro Político

Em meio a trocas de farpas e declarações, analistas avaliam que Castro estaria alimentando uma polarização que favorece Paes. “Essa postura agressiva pode prejudicar ainda mais a imagem de Castro, que já enfrenta avaliações negativas“”, destaca um analista”. A disputa, que inicialmente parecia uma antecipação de 2026, ganha novas proporções à medida que as tensões aumentam, estabelecendo Eduardo Paes como um opositor viável ao atual governo.

Ao final do embate nas redes, a impressão geral é de que a campanha para o governo do Rio em 2026 já começou.

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