Correios registram queda de R$ 2,2 bilhões na receita

Os Correios registraram uma queda de receita de R$ 2,2 bilhões por causa da nova taxa sobre importações de até US$ 50, conhecida como “taxa das blusinhas”. A medida foi implementada depois da aprovação de uma lei pelo Congresso Nacional e sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Segundo o portal g1, a mudança tinha como objetivo aumentar a arrecadação federal e equilibrar a carga tributária entre produtos nacionais e importados. Antes da lei, os Correios esperavam arrecadar R$ 5,9 bilhões em 2024 com o transporte de mercadorias da China. No entanto, o valor arrecadado foi R$ 3,7 bilhões.

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Esse impacto financeiro é atribuído à migração de cargas para canais próprios de empresas como Shein, Aliexpress e Amazon, que passaram a estruturar suas operações no Brasil. A nova legislação também permitiu que outras empresas de transporte realizem fretes no país, o que reduziu a participação de mercado dos Correios de 98% para cerca de 30%.

Durante um evento da Frente Parlamentar Mista em Defesa dos Correios, o presidente dos Correios, Fabiano Silva dos Santos Oliveira, comentou que essa mudança na expectativa de receita resultou em prejuízos para a empresa.

“A gente tinha uma expectativa de receita, que foi frustrada, então essa expectativa de receita frustrada se traduz depois em prejuízo na empresa”, afirmou Fabiano.

Correios vão lançar marketplace

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Para contornar a situação, os Correios firmaram uma parceria para lançar um marketplace próprio, com o objetivo de diversificar suas fontes de receita. Em 2024, a estatal enfrentou um déficit de R$ 3,2 bilhões, o que representou metade do déficit total de 20 estatais federais, ao excluir grandes empresas como Petrobras e Banco do Brasil.

Em contrapartida, o governo federal alcançou um recorde histórico de arrecadação de R$ 2,8 bilhões em 2024, o que foi comemorado por varejistas nacionais que viam a medida como forma de nivelar a competitividade entre produtos nacionais e importados. Apesar do aumento, o número de encomendas internacionais feitas por brasileiros caiu 11% em 2024, em comparação com o ano anterior.

A nova legislação impôs alíquotas federais de 20% sobre compras de até US$ 50 e até 60% para valores superiores, além do Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) estadual.

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