As deputadas Renata Souza e Talíria Petrone, respectivamente estadual e federal, ambas do PSOL, encaminharam ofício ao Ministério Público Estadual (MPRJ) com questionamentos sobre supostos excessos cometidos por policiais civis durante operação, realizada nesta terça-feira (15), na Ladeira dos Tabajaras, Zona Sul do Rio. Cinco suspeitos morreram em confronto com agentes da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core).
Segundo as parlamentares, o documento se baseia em denúncias de excessos dos policiais durante a ação. As deputadas afirmam que há relatos de moradores de que a operação se valeu de “meio excepcional e excessivo”, como o uso de helicóptero como plataforma de tiros.
“Ainda que o STF, tenha, no âmbito do julgamento da ADPF 635, chancelado, de certo modo, o uso de helicópteros nas operações policiais. Estes não devem, por óbvio, ser usados de forma que ponha em risco a vida dos moradores, como, por exemplo, quando usado como plataforma para tiros”, afirmam as parlamentares.
Operação causou tensão e deixou cinco mortos
Cinco suspeitos foram mortos, nesta terça (15), na operação da Core, na Ladeira dos Tabajaras. Agentes da Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) e da tropa de elite da Polícia Civil fizeram um cerco e avançavam com o auxílio de um helicóptero. Traficantes reagiram a tiros.
O intenso tiroteio provocou pânico entre moradores da Zona Sul. O Tabajaras é uma favela que ocupa o morro que divide Copacabana com Botafogo, e seus acessos são por vias movimentadas desses bairros. Relatos divulgados nas redes sociais mostram um helicóptero da Polícia Civil “dando rasante”, além de agentes da Core ocupando diversas vias que dão acesso à comunidade.
O objetivo da operação era prender os responsáveis pela morte do policial civil da Core, João Pedro Marquini, de 38 anos, assassinado na Estrada de Guaratiba, na Zona Oeste, no dia 30 de março. Segundo as investigações, Marquini, casado com a juíza Tula Mello, foi morto ao tentar reagir a um assalto, quando ele e sua esposa foram rendidos por ladrões.
