O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou, nesta quinta-feira, 22, a apreensão do celular de Eduardo Tagliaferro. O perito ocupou o cargo de assessor do magistrado durante a presidência do juiz do STF no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Moraes acolheu a um parecer do procurador-geral da República, Paulo Gonet, que viu a “necessidade” de a Justiça ter “autorização para acessar equipamentos e dispositivos eletrônicos apreendidos no cumprimento das medidas requeridas, afastando-se o sigilo de eventuais dados/materiais bancários, fiscais, telefônicos e telemáticos”.
Tagliaferro, a mulher dele e o cunhado prestaram depoimento hoje na Polícia Federal (PF), em São Paulo.
“Efetivamente, embora tenha sido realizada a oitiva do investigado, se revela necessária e adequada a adoção de diligências investigativas complementares, essenciais para a verificação da autoria do vazamento das informações e quanto à extensão das condutas apuradas, conforme ressaltado pela PGR”, escreveu Moraes. “Neste caso, a negativa do investigado em entregar o aparelho de forma voluntária é um relevante fator a autorizar a medida de busca pleiteada, uma vez que os dados contidos no referido aparelho são de interesse público e interessam à presente investigação.”
Diálogos com Tagliaferro que envolvem Moraes
Desde a semana passada, o jornal Folha de S.Paulo tem publicado uma série de reportagens, sobre a conduta de Moraes como presidente da Justiça Eleitoral.
De acordo com as notícias, Moraes usou o TSE para vitaminar inquéritos que conduz no STF. Além disso, mandou seus auxiliares produzirem relatórios “fora do rito” contra aliados de Jair Bolsonaro.
Um desses relatórios citou a Revista Oeste. Um dos juízes de Moraes fala em “usar a criatividade” em meio a uma apuração na qual encontrou-se apenas “material jornalístico”.
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