Empresa de Milton Leite é investigada em operação sobre o PCC

A empresa do presidente da Câmara Municipal de São Paulo, Milton Leite (União), é investigada na Operação Fim da Linha, que apura a infiltração do Primeiro Comando da Capital (PCC) no transporte público por ônibus. O vereador nega todas as acusações.

A construtora Neumax, pertencente a Milton Leite e a seus filhos, recebe R$ 812 mil mensais da empresa de ônibus Transwolff, acusada de lavagem de dinheiro para o PCC. O valor é referente ao aluguel de um conjunto industrial e um terreno na zona sul de São Paulo, segundo o portal UOL.

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Documentos obtidos pelo UOL mostram que Milton Leite e Luiz Efigênio Pacheco (Pandora) assinaram o contrato de aluguel. Pandora é dono da Transwolff e acusado de integrar o PCC. O empresário também é fiador do contrato, que já transferiu aproximadamente R$ 20 milhões para a Neumax até agosto deste ano.

O contrato, iniciado em janeiro de 2022 e válido até dezembro de 2026, detalha o aluguel de um conjunto industrial na Avenida Paulo Guilguer Reimberg e um terreno na Capela do Socorro.

Propriedade de Milton Leite

A área, de 18 mil m² de construção em um terreno de 60 mil m², tem valor venal de R$ 58 milhões. No mercado, o aluguel justo seria em torno de R$ 290 mil mensais, bem abaixo dos R$ 812 mil pagos pela Transwolff.

Desde abril, a Transwolff está sob intervenção da estatal São Paulo Transporte (SPTrans) por causa da investigação da Operação Fim da Linha. Notificações na garagem da empresa indicam vigilância noturna e proibições de manifestações políticas durante o trabalho.

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UPBus é uma das empresas investigadas pela Operação Fim de Linha | Foto: Reprodução/Redes sociais

Em nota, a assessoria da presidência da Câmara Municipal de São Paulo afirmou ao site Terra que “o contrato publicado nunca esteve em vigor e, portanto, o valor informado é uma mentira”. O advogado de Pandora afirmou ao UOL que ele está judicialmente impedido de comentar o caso.

Leia também: “‘O PCC montou um bunker no Guarujá’”, reportagem de Branca Nunes publicada na Edição 179 da Revista Oeste

O Ministério Público de São Paulo investiga a relação de Milton Leite com a Transwolff, que já prendeu temporariamente Pandora, libertado por habeas corpus. Além do contrato de aluguel, a Neumax foi uma das principais fornecedoras da Transwolff, entre 2021 e 2022. Recebeu mais de R$ 2 milhões nesse período.

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