A presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, deputada Carol de Toni (PL-SC), afirmou em entrevista a Oeste que foi preciso “muita paciência durante horas a fio” para conseguir aprovar a Proposta de Emenda à Constituição 164/2012, também conhecida como PEC da Vida ou contra o aborto.
A sessão desta quarta-feira, 27, foi marcada por uma manifestação de esquerdistas que tentaram travar o andamento da pauta com gritos de guerra: “Estuprador não é pai, criança não é mãe”, “retira a PEC”, “pela vida das mulheres” e “fascistas, machistas, não passarão”. Carol de Toni tentou pedir respeito ao grupo, mas foi atacada.
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A parlamentar explicou que tinha solicitado à Polícia Legislativa para conter a entrada das manifestantes, pois já havia o entendimento de que daria “muita polêmica”. Conforme apurado por Oeste, o grupo que invadiu a CCJ estava em um Seminário pela Prevenção e Enfrentamento da Violência Política de Gênero e Raça, realizado no Auditório Nereu Ramos, na Câmara.
“Vimos as próprias deputadas de esquerda trazendo essas manifestantes, alegando que se tratavam de autoridades”, afirmou Carol de Toni. “Aliás, todas as pessoas são bem-vindas na Câmara, desde que respeitem a ordem dos trabalhos.”
A presidente da CCJ destacou que no início do protesto, a relatora da PEC da Vida, deputada Chris Tonietto (PL-RJ), teve seu momento de fala cerceado pelas mulheres.
“Nós tínhamos ali uma mulher falando e outras mulheres, em vez de respeitar o direito dela a falar, estavam interrompendo, ofendendo e xingando. Algo que a gente não poderia permitir”, afirmou.
Carol de Toni disse que “infelizmente”, a Polícia Legislativa que é composta “em sua maior parte por homens” não quiseram forçar a retirada do grupo – embora tenha sido feito o pedido pela presidência da comissão. Conforme presenciado pela reportagem, as mulheres iniciaram uma gritaria ao serem interpeladas pelos agentes.
“Elas estavam fazendo isso de propósito, como se estivessem sendo violentadas pela polícia para poder sair alegando uma série de absurdos. Mas tudo isso é estratégia fomentada pela própria esquerda, pelas próprias deputadas de esquerda, que fomentaram tudo isso para querer evitar a votação”, destacou.