O ex-presidente boliviano Evo Morales está sob investigação por suspeita de estupro de uma menor, conforme revelou César Siles, ministro da Justiça do governo de Luis Arce. O caso ocorreu há oito anos, quando Morales ainda estava no poder. Ele teria tido uma filha com a vítima. Morales governou a Bolívia de 2006 a 2019.
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Durante uma coletiva de imprensa, Siles expressou sua indignação com crimes que poderiam permanecer impunes. Ele citou especificamente uma menina supostamente estuprada, aos 15 anos.
“Observamos com indignação crimes graves que pretendem ficar impunes: refiro-me concretamente a uma menina, uma menina estuprada, aos 15, aos 16 anos”, afirmou o ministro.
Investigação sobre Evo Morales pelo estupro está em andamento
César Siles declarou que o estupro resultou no nascimento de uma menina e que Morales é o pai reconhecido na certidão de nascimento da criança. Ele acrescentou que “existe um processo aberto” que “está em curso de investigação”.
O escândalo ganhou força quando a promotora Sandra Gutiérrez alegou ter sido demitida depois de pedir a prisão de Morales numa investigação por “tráfico de pessoas” que envolvia uma menor. Documentos vazados revelam que Morales se envolveu com uma jovem de 15 anos, em 2016.
Reações e consequências políticas
Em resposta, Morales declarou nas redes sociais, sem mencionar diretamente o caso: “Não me estranha nem me preocupa”. Ele afirmou ainda que “todos os governos neoliberais, incluindo o atual, me ameaçaram, me perseguiram, me prenderam e tentaram me matar”.
“Não tenho medo; não vão me calar!”, declarou Evo Morales no Twitter/X.
Uma juíza de Santa Cruz anulou a ordem de prisão depois de recurso apresentado pelos advogados de Morales. Isso levou Sandra Gutiérrez a afirmar que sua demissão foi instruída pelo procurador-geral Juan Lanchipa.
Disputa interna em partido
Morales e Luis Arce, seu sucessor e ministro da Economia do seu governo por mais de uma década, romperam relações. Agora, os dois disputam a liderança do partido governista e a indicação presidencial para 2025.
Até o momento, nenhuma autoridade judicial comentou o futuro das investigações depois da anulação da ordem de prisão.
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