O ex-deputado federal Wladimir Costa (Solidariedade-PA) foi condenado pela Justiça Eleitoral a 12 anos de prisão e ao pagamento de multa por violência de gênero, violência psicológica contra a mulher, difamação majorada e extorsão.
O Tribunal Regional Eleitoral do Pará proferiu a decisão neste segunda-feira, 9. Costa deverá pagar uma multa equivalente a um salário mínimo por dia durante 124 dias, totalizando cerca de R$ 175 mil.
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O político exerceu quatro mandatos consecutivos como deputado federal pelo Pará, de 2003 a 2019. Ele é conhecido por ter uma tatuagem em homenagem ao ex-presidente Michel Temer (MDB).
Em abril, a Polícia Federal deteve Costa devido às práticas de violência política nas redes sociais contra a deputada federal Renilce Nicodemos (MDB-PA).
Embora a Justiça o tenha liberado inicialmente depois de conceder um habeas corpus, o tribunal revogou essa decisão em maio, levando à sua reincidência na prisão. Atualmente, ele encontra-se no Complexo Penitenciário de Americano, em Santa Izabel do Pará.
Na ocasião da primeira prisão, a deputada Renilce emitiu uma declaração sobre o caso, na qual afirmou que “já vinha enfrentando, há cerca de seis meses, várias práticas de crime cometidas pelo ex-deputado.”
Justiça condena Wladimir Costa em outra ação
Além da condenação recente, o Tribunal de Justiça sentenciou Wladimir Costa a nove meses de prisão por injúria em uma ação distinta, em janeiro de 2023. Nessa ação, a Justiça puniu o ex-parlamentar por ofender artistas como Wagner Moura, Sônia Braga, Glória Pires e Orlando de Morais.
A decisão do Tribunal de Justiça do Distrito Federal permitiu que ele cumprisse a pena em regime aberto. Em resposta, Costa afirmou em uma rede social que não retrataria “uma única vírgula” do que havia dito.
“Minha mochila está pronta e um saco cheio de livros para puxar essa cana se necessário for”, declarou o político. “Depois de nossos recursos que ainda serão impetrados pelos meus amigos advogados.”
Ele proferiu as ofensas em julho de 2017. Isso ocorreu em uma crítica ao movimento “342 Agora”. O grupo incluía membros do setor artístico e defendia que os parlamentares aprovassem a denúncia de corrupção contra Michel Temer.
Durante suas declarações, o então deputado federal chamou os artistas de “vagabundos”, por, de acordo com ele, fazer uso da Lei Rouanet.
Em um discurso no plenário da Câmara, o ex-deputado acusou Wagner Moura de ser um “ladrão”. Ele também se referiu à atriz Letícia Sabatella como “Letícia Mortadela”.
Além disso, o político fez críticas a Glória Pires e desdenhou de marido da atriz, o cantor Orlando de Morais, afirmando que ele “nunca fez sucesso”.