O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, e o prefeito da capital, Ricardo Nunes, não cometeram abuso de poder político e dos meios de comunicação ao revelarem orientação do PCC para seus membros votarem no deputado federal Guilherme Boulos (Psol-SP), afirmaram ex-ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) ouvidos por Oeste.
Mais cedo, o Psol acionou o TSE para tornar Freitas e Nunes inelegíveis. “A utilização do cargo de governador do Estado com a finalidade de interferir no resultado da eleição, no dia da votação, é evidente”, argumentou o Psol. “A finalidade eleitoral fica clara pela escolha do momento para divulgação da coletiva, durante o horário da votação, com a presença dos candidatos abertamente apoiados pelo atual governador, todos com adesivo de propaganda dos candidatos representados em suas camisas.”
“Não vejo abuso de qualquer espécie”, afirmou o ex-ministro Admar Gonzaga. “Desde ontem, a notícia da interceptação dos bilhetes com pedido de votos para o candidato Boulos já era conhecida. Hoje, pela manhã, praticamente toda a mídia política repercutiu a notícia e citou o nome do candidato. Ou seja, já era de conhecimento público.”
Outro integrante do TSE observou que a coletiva de hoje, da qual participou Freitas, foi apenas uma confirmação do que já se sabia e que houve insistência de jornalistas para que o governador informasse quem era o candidato favorito da facção criminosa. “São mínimas as chances de esse caso sobre Guilherme Boulos prosperar no TSE”, acrescentou um ex-ministro, que preferiu não se identificar.
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