O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), deu um prazo de 60 dias para que a Polícia Federal (PF) conclua a investigação sobre a suposta tentativa de golpe de Estado que envolve o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O magistrado tornou a decisão pública em 27 de setembro.
Depois da conclusão do caso, prevista para o fim do ano, o processo será encaminhado à Procuradoria-Geral da República (PGR) para manifestação. Além desse processo, o STF espera a conclusão de outros inquéritos conduzidos por Alexandre de Moraes, incluindo aqueles sobre fake news e milícias digitais.
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A Polícia Federal ainda precisa apresentar relatórios para encerrar as investigações. Cabe à PGR analisar o material e decidir se denunciará Bolsonaro e outros envolvidos. Espera-se que o procurador-geral da República, Augusto Aras, apresente denúncias em outras frentes, como fraudes no cartão de vacinação e desvio de joias.
A investigação de Alexandre de Moraes
O inquérito sobre os atos de 8 de janeiro é o único que atinge militares de alta patente, com ex-comandantes das Forças Armadas sob investigação. Em depoimentos à PF, os ex-comandantes Marco Antônio Freire Gomes (Exército) e Carlos Almeida de Baptista Jr. (FAB) afirmaram que Bolsonaro lhes propôs uma “minuta golpista” para evitar a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O então comandante da Marinha, Almir Garnier, teria sinalizado apoio à suposta tentativa de golpe, mas ficou em silêncio durante o depoimento à PF. A expectativa é que a PGR vincule os atos de 8 de janeiro à minuta, como já revelado em manifestações anteriores.
Os autos devem ser entregues à Polícia Federal para a conclusão das investigações e apresentação do relatório à Suprema Corte no prazo estabelecido. Em seguida, seguirão para a Procuradoria-Geral da República, que terá 15 dias para se manifestar.