O governo federal impôs sigilo sobre a lista de passageiros de um voo presidencial que fez uma parada de dez minutos em São Paulo ao voltar do Chile, em agosto. As razões para essa decisão não foram esclarecidas pelas autoridades.
Em viagens de longa duração — o que não era o caso do voo ao Chile —, a aeronave presidencial costuma fazer paradas operacionais de cerca de uma hora, mas nunca de poucos minutos.
A parada ocorreu na volta de uma viagem oficial ao Chile para a qual Lula embarcou em 4 de agosto e retornou três dias depois. A primeira-dama Janja da Silva não foi ao Chile e estava em São Paulo. A suspeita de interlocutores do governo, segundo a Folha de S.Paulo, é que a aeronave tenha parado na capital paulista para dar carona à primeira-dama.
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Lista de passageiros tem sigilo de primeiro nível
De acordo com a Folha, o pedido de acesso à lista feito por meio da Lei de Acesso à Informação foi negado pelo Gabinete de Segurança Institucional (GSI) com a justificativa de que a informação se enquadra no primeiro nível de sigilo da legislação, grau reservado, que prevê a disponibilização da resposta ao final do mandato.
Responsável pela logística das viagens presidenciais, o GSI fundamenta a justificativa com base no artigo 25 do Decreto 7.724/12, que trata do sigilo a “dados e conhecimentos que podem pôr em risco a segurança de instituições ou de altas autoridades nacionais ou estrangeiras e seus familiares”.
O Planalto não deu informações sobre o sigilo nem sobre o motivo da parada em São Paulo.
Lula viajou ao Chile com uma comitiva de 14 ministros, além de assessores. A visita de Estado teve uma reunião bilateral fechada com o presidente chileno, Gabriel Boric, além de outros compromissos oficiais.
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