Lula diz que ninguém tem mais responsabilidade fiscal do que ele

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse neste domingo, 15, que o seu governo encaminhou ao Congresso um pacote de corte de gastos, mas que a Câmara e o Senado têm soberania para mexer no texto. As falas soaram como uma tentativa de amenizar a relação entre Executivo e Legislativo.

As preocupações com o aumento do gasto público e as reações do mercado, que levaram à cotação recorde do dólar e à queda na Bolsa brasileira, são, para Lula, uma “bobagem”, conforme entrevista ao programa Fantástico, da Rede Globo.

Para Lula, problema são os juros

“Não é a primeira vez que eu sou presidente. Ninguém neste país, ninguém, do mercado, tem mais responsabilidade fiscal do que eu”, afirmou, conforme reprodução do jornal Folha de S.Paulo. Entre as principais medidas do pacote, está a limitação do ganho real do salário mínimo, que vai acompanhar as mesmas regras do arcabouço fiscal.

O governo também vai rever a regra de concessão do abono salarial, espécie de 14º salário pago a quem hoje ganha até dois salários mínimos. Nos próximos anos, haverá uma transição para que o benefício passe a ser concedido a quem ganha 1,5 salário mínimo.

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Ante o aumento do dólar e dos juros futuros, críticos do pacote do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, defendem medidas como o aperto nas vinculações de saúde e educação e regras mais rígidas de acesso a benefícios, como o seguro-desemprego, o abono salarial e o auxílio-doença.

Lula deixou o Hospital Sírio-Libanês no domingo 15 e foi para sua casa em São Paulo. Na semana passada, o presidente passou por uma cirurgia de emergência depois de um sangramento intracraniano. O petista deverá ficar na cidade até esta quinta-feira, 19. Ele só voltará para Brasília depois de uma tomografia.

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Para o presidente, não cabe ao mercado a preocupação com os gastos públicos. “Se eu gastar mais, quem vai pagar é o povo pobre”. Lula afirma que a única coisa errada no país no momento é a taxa de juros acima de 12%.

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