Lula mantém silêncio sobre a queda de Assad

Enquanto líderes de várias nações demonstraram apoio à queda do ditador sírio Bashar al-Assad, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ainda não se manifestou sobre a tomada de poder pelos rebeldes islâmicos na Síria, ocorrida neste final de semana.

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A postura de Lula difere das ações de presidentes e líderes de outros países, como Joe Biden (Estados Unidos), Emmanuel Macron (França), Benjamin Netanyahu (Israel), Keir Starmer (Reino Unido), Olaf Scholz (Alemanha) e Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia.

Em 2010, o presidente brasileiro concedeu ao regime de Assad uma das mais altas honrarias do Brasil. Ele ofereceu o Grande Colar da Ordem Nacional do Cruzeiro do Sul. Esse gesto gerou controvérsia. Em 2018, um Projeto de Decreto Legislativo foi apresentado para revogar a condecoração, mas o processo permanece parado na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional da Câmara dos Deputados.

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Apesar do silêncio de Lula, Itamaraty se manifestou

Enquanto o presidente brasileiro mantém silêncio, o governo do Brasil expressou preocupação com o agravamento da situação na Síria. Porém, ele se absteve de se posicionar explicitamente a favor ou contra a queda de Assad.

O Ministério das Relações Exteriores emitiu uma nota oficial. Na nota, o governo destaca a gravidade dos acontecimentos e pede que todas as partes envolvidas exerçam contenção. O objetivo é proteger a integridade da população e das infraestruturas civis.

O comunicado do Itamaraty afirma que “reitera a necessidade de pleno respeito ao direito internacional, inclusive ao direito internacional humanitário, bem como à unidade territorial síria e às resoluções pertinentes do Conselho de Segurança das Nações Unidas.”

Assad governou a Síria por quase 14 anos

Assad governou a Síria por quase 14 anos e causou uma enorme crise humanitária. Seu regime foi um dos mais cruéis do século XXI. Provocou uma fuga em massa de mais de 10 milhões de sírios para países vizinhos, além de Europa e Américas, incluindo o Brasil. A guerra civil resultante destruiu o país e causou imenso sofrimento à população.

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Em resposta ao avanço dos rebeldes, a embaixada brasileira em Damasco, capital síria, continua em funcionamento. Ela acompanha a situação dos cidadãos brasileiros na região. Não houve registros de vítimas até o momento.

Neste domingo, 8, sírios proclamaram a deposição de Bashar al-Assad. Eles tomaram o controle de Damasco, pondo fim a um conflito que durou 13 anos. Por meio do aplicativo Telegram, os rebeldes declararam que a cidade estava “livre”. Eles ressaltaram que a tomada de poder ocorreu sem grande resistência do exército sírio. O grupo também anunciou a libertação de prisioneiros da notória prisão de Sednaya, símbolo da repressão do regime.

A população síria celebrou a queda do regime com grande entusiasmo. Milhares de pessoas se reuniram na principal praça de Damasco, e gritaram “liberdade”. Eles comemoraram em cima de tanques abandonados. Imagens compartilhadas nas redes sociais capturaram a euforia nas ruas. Para muitos, isso simboliza o início de uma nova era para o país.



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