Moraes suspende reintegração de fazenda invadida pelo MST

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), acatou um pedido da Defensoria Pública do Estado do Paraná e suspendeu a reintegração de posse da Fazenda Rodeio, em Reserva do Iguaçu, no Paraná.

A decisão liminar baseia-se na alegação de que as diretrizes estabelecidas pelo STF na Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 828 não estavam sendo seguidas. A propriedade está em condição de invasão por famílias vinculadas ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) desde 2006.

Integrante da direção nacional do MST pelo Paraná, Bruna Zimpel comemorou a decisão de Moraes e afirmou estar muito feliz e emocionada.

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“Essa conquista significa a vitória da luta popular, com a suspensão da reintegração de posse”, disse Bruna. “Principalmente, sinaliza, a partir dos órgãos competentes, INCRA e MDA, a possibilidade do assentamento definitivo das famílias.”

Histórico do caso objeto de análise de Moraes

Fachada do Supremo Tribunal Federal (STF)Fachada do Supremo Tribunal Federal (STF)
Fachada do Supremo Tribunal Federal (STF), em Brasília | Foto: Divulgação/STF

O processo de reintegração de posse começou há quase duas décadas e, de lá para cá, já sofreu várias intervenções judiciais. Em 2019, o espólio de Firmino Martins Araújo solicitou a execução da sentença para retomar a fazenda.

Um relatório da Comissão de Soluções Fundiárias do Tribunal de Justiça do Paraná indicou que cerca de 68 famílias vivem na área, com um impacto na economia local. Conforme o documento, elas produzem alimentos destinados à merenda escolar municipal.

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A Vara Cível da Comarca de Pinhão determinou que a reintegração ocorresse nesta segunda-feira, 10, condicionada a medidas cautelares. Entre elas, o aluguel social para os afetados.

No entanto, a Defensoria Pública argumentou que o Estado do Paraná e o Município de Reserva do Iguaçu não previram Orçamento para tais despesas, fato que inviabilizaria a remoção.

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O Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) afirmou, no processo, que não tem condições de cumprir as medidas exigidas para a desapropriação, incluindo a realocação das famílias e o transporte de seus bens. Há relatos de tensão na região, com a presença de cerca de 20 viaturas policiais no local.

O caso continua em tramitação, e as partes envolvidas aguardam novas definições sobre o futuro da Fazenda Rodeio e de seus invasores.



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