O deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) veiculou um vídeo nas redes sociais, nesta quinta-feira, 3, para defender o projeto de lei (PL) que tramita no Congresso Nacional. O PL prevê a anistia aos condenados por participação nos atos de 8 de janeiro de 2023.
Para justificar a importância da aprovação da proposta, Nikolas usou principalmente o exemplo da cabeleireira Débora Rodrigues dos Santos, que escreveu a frase “perdeu, mané” numa estátua do Supremo Tribunal Federal (STF) durante os protestos em Brasília. O deputado destacou em seu discurso que Débora foi presa injustamente.
Nikolas: “Anistia — o que não te contaram”
Em 21 de março, o ministro Alexandre Moraes, que é o relator do caso no STF, votou pela condenação a 14 anos de prisão e ao pagamento de multa no valor aproximado de R$ 50 mil, além de uma indenização de R$ 30 milhões por danos morais coletivos. O voto de Moraes foi acompanhado pelo do ministro Flávio Dino.
O vídeo, com pouco mais de sete minutos de duração, tem o título “Anistia — o que não te contaram”. Nele, Nikolas compara a anistia aos condenados no Brasil ao movimento dos direitos civis dos negros nos Estados Unidos. Nesse sentido, ele faz, sobretudo, um paralelo entre Rosa Parks e Débora dos Santos. Rosa foi uma ativista dos direitos civis nos EUA, que, em 1955, se recusou a ceder seu assento a um homem branco em um ônibus segregado em Montgomery, no Estado norte-americano do Alabama.
Em um dos trechos do conteúdo, Nikolas diz: “A injustiça contra uma mulher virou um marco de uma luta coletiva”. “Lá foi um ônibus, aqui um batom. Débora, casada, mãe de dois filhos pequenos, cabeleireira, condenada a 14 anos de cadeia. Seu crime? Escrever ‘perdeu, mané’ em uma estátua com batom”, prossegue o parlamentar. “Mas isso você já deve saber. A pergunta que fica é: se ela tivesse escrito ‘Fora Bolsonaro’ em vez de ‘perdeu, mané’, Moraes e Dino teriam condenado ela da mesma forma?”.
O deputado afirma, do mesmo modo, haver presos sem provas concretas de envolvimento na depredação dos prédios públicos. O tom se assemelha ao estilo usado em um vídeo que viralizou em janeiro deste ano, quando criticou regras de fiscalização do Pix. “Quando você trata uma injustiça apenas como um número, ignora que há uma pessoa, uma família sofrendo, e que você um dia pode ser vítima da mesma injustiça”, afirma. “Infelizmente, temos muitas outras vítimas.”
Vídeo atinge alto índice de engajamento
O vídeo em favor da anistia caminha para se tornar assim mais um fenômeno de engajamento dentro da lista de conteúdos criados pelo deputado mineiro. Se, em janeiro, a postagem sobre o Pix produziu mais de 100 milhões de visualizações, o vídeo sobre o tema anistia segue para conquistar grande repercussão.
Até o fechamento desta reportagem, o conteúdo, no Instagram, já havia marcado quase 2 milhões de curtidas e 1 milhão de compartilhamentos. No X, o número de visualizações ultrapassava a marca de 1 milhão.
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