O governador de Santa Catarina, Jorginho Mello, fez uma declaração direta e contundente ao comentar irregularidades encontradas em contratos públicos firmados nos últimos anos. Ele evitou apontar responsáveis do passado, mas foi categórico ao afirmar que fornecedores agiram de má-fé e causaram prejuízos ao estado.
“Não vou fazer acusações sobre o passado porque eu não estava aqui. Mas não tenho dúvida que muito fornecedor picareta logrou o estado ao longo desses anos”, disse o governador. Segundo ele, a atual gestão está empenhada em investigar cada detalhe das contratações e encontrou exemplos graves de produtos entregues com qualidade ou quantidade inferiores ao contratado.
Um exemplo citado por Jorginho envolve a compra de papel higiênico. O contrato previa rolos de 300 metros, mas muitos dos produtos entregues tinham apenas 200 metros ou até menos. “Pode parecer uma diferença pouca, mas soma isso a milhões e milhões de rolos. Ninguém abria o pacote para conferir. Eles se aproveitavam disso”, alertou.
O governador, não se limita ao papel higiênico. Também usou como exemplo irregularidades em latas de leite com peso inferior ao descrito e sacos de lixo de qualidade inferior à contratada. Para barrar esse tipo de golpe, o governo determinou a atuação do Inmetro em todos os processos de fiscalização.
“Nós colocamos o Inmetro para conferir tudo e estamos fazendo uma devassa. Fica de alerta para outros estados e prefeituras”, reforçou.
Por fim, o governador mandou um recado direto aos fornecedores mal-intencionados: “Já dizia o ditado: todo dia sai de casa um tolo e um esperto. O Estado de Santa Catarina não é mais tolo”.