Paes ataca Bretas; e Moro reage contra prefeito

O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD), envolveu-se nesta sexta-feira, 22, numa discussão no Twitter/X com o senador Sergio Moro (União Brasil-PR). O ex-ministro da Justiça no governo de Jair Bolsonaro (PL) saiu em defesa do juiz afastado Marcelo Bretas, parceiro na condução dos desdobramentos da Operação Lava Jato.

Paes chamou os dois de delinquentes numa discussão que começou com uma postagem de Bretas. Nela, ele comenta principalmente o suposto plano para matar o presidente Lula da Silva, o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.

Paes ignora tese de especialistas

Bretas analisa a tentativa de um crime e a desistência voluntária. O juiz não se refere ao suposto plano de assassinato. Afirma, contudo, que a legislação não acolhe a ideia do pensamento como ato criminoso.

A tese de ausência de infração consta de uma fala do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e de outros especialistas, como a pesquisadora da Universidade de São Paulo Érica Gorga. Paes replicou a mensagem de Bretas com o texto: “Delinquente sendo deliquente”. Moro, assim, respondeu ao prefeito: “Delinquentes eram os seus amigos que ele prendeu”. O prefeito passou então a atacar os dois condutores da Lava Jato. 

“Vocês dois são o exemplo do que não deve ser o Judiciário. Destruíram a luta contra a corrupção graças à ambição política de ambos. Você [Moro] ainda conseguiu um emprego de ministro da Justiça e foi mais longe na política. Esse aí [Bretas] nem isso”. 

O prefeito ainda complementou: “Ele foi desprezado pelo próprio Bolsonaro que fez uso eleitoral das posições dele. E quem me disse isso foi o próprio ex-presidente. Recolha-se à sua insignificância. Aqui você não cresce! Lixo!”

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Moro respondeu com uma foto de Paes ao lado do presidente Lula e do ex-governador Sérgio Cabral. Em seguida, emendou: “Errado, quem destruiu o combate à corrupção foram os amigos dos delinquentes, ou seja, sua própria turma da impunidade. Ofensa de baixo calão não muda os fatos e só mostra quem ou o que você é”.

Em 2016, quando a Lava Jato aprofundava as investigações sobre a corrupção no governo petista, Eduardo Paes, então prefeito do Rio de Janeiro, ligou para Lula para prestar apoio e exclamar: “Aqui você tem um soldado”.

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