Pai Dario defende Direitos Religiosos e Cultura Afro-brasileira

Em uma entrevista ao DIÁRIO DO RIO, o candidato a vereador pelo PSOL, Pai Dario, destacou suas principais bandeiras, incluindo a luta contra a intolerância religiosa e a defesa das religiões de matriz africana. Durante a conversa com Felipe Lucena, Pai Dario, que também é babalorixá, expressou preocupação com o aumento dos ataques a terreiros de Candomblé e Umbanda, e criticou a ausência de políticas públicas que protejam esses espaços sagrados.

Intolerância religiosa e racismo

Pai Dario abordou o problema crescente da intolerância religiosa no Rio de Janeiro, que tem se manifestado através de ataques a terreiros por grupos que ele descreve como “milicianos evangélicos”. O candidato enfatizou a necessidade de políticas públicas para proteger os terreiros e garantir o respeito aos praticantes de religiões de matriz africana. Ele também falou sobre a importância de um Estado verdadeiramente laico, onde todos os símbolos religiosos ou são representados ou nenhum é exibido em espaços públicos.

Políticas públicas para comunidades quilombolas

O candidato, que se identifica como “corpo encruzilhada” por transitar entre várias comunidades, também discutiu as dificuldades enfrentadas pelos quilombos no Rio, como a especulação imobiliária e a falta de apoio financeiro para a manutenção desses espaços. Pai Dario destacou a necessidade de políticas públicas específicas que garantam a preservação dos quilombos e ofereçam condições para que as comunidades quilombolas possam prosperar.

Educação e cultura como ferramentas de transformação

Pai Dario acredita que a educação é uma ferramenta poderosa para combater o racismo e promover a igualdade. Ele criticou a falta de implementação da Lei 10.639, que exige o ensino da história e cultura afro-brasileira nas escolas, e defendeu a inclusão de conteúdos que promovam o respeito e a compreensão das diferentes religiões e culturas.

O candidato também falou sobre sua ligação com a cultura popular, especialmente o samba e o jongo, e como essas tradições são fundamentais para a identidade e resistência das comunidades negras no Rio de Janeiro. Ele destacou seu trabalho com o patrimônio cultural e a importância de políticas que apoiem os artistas e as manifestações culturais tradicionais.

Propostas para o futuro

Pai Dario encerrou a entrevista reafirmando seu compromisso com as comunidades negras, quilombolas, LGBTQIA+ e de terreiro. Caso seja eleito, ele promete levar para a Câmara de Vereadores a luta por políticas públicas que garantam os direitos desses grupos e promovam a inclusão social. Ele também mencionou o lançamento recente de seu livro “Pedagogia do Axé”, coautoria com outros importantes nomes do movimento negro, como um exemplo de sua dedicação em educar e conscientizar a sociedade sobre a importância das culturas de matriz africana.

Com uma mensagem final de esperança e determinação, Pai Dario concluiu: “A pedagogia do Axé será a pedagogia que vamos utilizar na Câmara de Vereadores do Rio de Janeiro a partir de 2025.

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