Sem apresentar defesa até o momento, Paulo Figueiredo, ex-apresentador da Jovem Pan e neto do ex-militar João Batista Figueiredo, pode ser o primeiro réu a ser julgado à revelia no Supremo Tribunal Federal (STF), no âmbito do inquérito sobre a suposta tentativa de golpe de Estado.
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O processo avança três meses depois de sua denúncia, sem manifestações do acusado. A Defensoria Pública não localizou Figueiredo, que reside nos Estados Unidos. Por isso, o órgão recusou assumir sua defesa, por ausência de contato.
Acusações e papel de Figueiredo segundo o inquérito
Segundo a Procuradoria-Geral da República (PGR), Figueiredo teria utilizado seu espaço em rádio e televisão para influenciar militares, de modo a promover ataques contra generais e a incentivar apoio ao golpe. A PGR o aponta como único integrante do quinto núcleo denunciado na investigação.
Depois de a PGR oferecer a denúncia, em fevereiro, Figueiredo declarou no X que estava “honrado em estar ao lado de patriotas neste documento histórico que reflete a ditadura na qual vivemos”.
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O relator, ministro Alexandre de Moraes, solicitou intervenção da Defensoria, que novamente recusou, por não conseguir contato.
Julgamento no STF


No STF, a tendência é que o julgamento de Figueiredo ocorra à revelia, ou seja, sem apresentação de defesa nem contestação das acusações. Se confirmado, será o primeiro julgamento desse tipo dentro do processo sobre o suposto golpista.
Nesta terça-feira, 20, a 1ª Turma do Supremo inicia a análise da denúncia contra integrantes do terceiro núcleo do processo, o chamado “núcleo 3”. Ao todo, 11 militares do Exército e um agente da Polícia Federal o compõem.
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O STF já aceitou as denúncias referentes aos dois primeiros núcleos da investigação, sendo o inicial considerado “crucial” e que envolve o ex-presidente Jair Bolsonaro, generais aliados e ex-ministros de seu governo.