PL silencia em projeto sobre armamento da Guarda Municipal do Rio

Foto: Robert Gomes

O Barão de Itararé tinha muitas frases marcantes. Uma das melhores é: “De onde menos se espera, daí é que não sai nada.” E é assim com a oposição no Brasil — e também na Câmara Municipal do Rio. O que podemos esperar do PL, além de ser contra, por princípio, a tudo que Eduardo Paes proponha ou deseje?

Segunda maior bancada da Casa, o PL votou contra o projeto de Segurança Municipal apresentado pela Prefeitura do Rio. Afinal, a proposta criava uma nova força de segurança na cidade, desprestigiava os atuais guardas municipais e, como se demonstrou ao longo do tempo, era inconstitucional. Com tantas polêmicas, o projeto foi retirado de pauta, encontrando resistência até mesmo dentro do grupo político do prefeito e entre vereadores independentes.

Paes agora terá de aguentar o desgaste de ver, justamente na pauta que pretendia usar como vitrine para sua candidatura ao governo do estado em 2028 — Segurança Pública — uma derrota em casa. Uma sequência de erros impediu que ele avançasse e capitalizasse eleitoralmente a natimorta Força de Segurança Municipal. Seus adversários, se bem assessorados, farão questão de explorar esse tropeço ao longo da campanha.

Com a retirada do projeto original, surgiu uma nova proposta — mezzo antiga, mezzo nova — originada na própria Câmara de Vereadores. Ela é de autoria do vereador Dr. Gilberto, com coautoria de:

  • Carlo Caiado
  • Willian Coelho
  • Rafael Aloisio Freitas
  • Flávio Valle
  • Felipe Boró
  • Marcelo Diniz
  • Zico
  • Leniel Borel
  • Jair da Mendes Gomes
  • Deangeles Percy
  • Tânia Bastos
  • Talita Galhardo
  • Inaldo Silva
  • Wellington Dias
  • Junior da Lucinha
  • Rodrigo Vizeu
  • Márcio Ribeiro

E mais: as Comissões de Justiça, Segurança Pública, Administração, Defesa dos Direitos Humanos e Finanças também assinam como coautoras.

Esse projeto não cria uma nova força, não troca o nome da Guarda, não menciona temporários. Basicamente, trata do armamento da corporação. E o PL — o partido mais identificado com a pauta de segurança e historicamente defensor do armamento da Guarda — simplesmente não aparece entre os apoiadores. Era o momento do partido brilhar. Por que deixou isso de lado?

Será que é apenas o desejo de se manter na oposição? Teria o PL virado o PSOL da direita? E, diga-se de passagem, o PSOL não apoiar faz todo o sentido — o partido é contra o armamento por princípio. Mas o PL? Qual a razão? Birra política? O medo de dar uma vitória a Eduardo Paes — mesmo que, nesse caso, nem fosse diretamente dele?

Para que o leitor saiba, deixo claro: sou contra o armamento da Guarda Municipal do Rio. Uma Prefeitura que não consegue resolver problemas básicos como ordenamento urbano, ocupações e até mesmo o trânsito, não deveria se envolver em questões mais complexas de segurança pública — ainda mais considerando o risco de se colocar uma arma nas mãos de uma força despreparada.

Mas será que essa também é a preocupação do Partido Liberal?

RESPOSTA DO PL

O PL está atento às tentativas do prefeito de ludibriar o Legislativo. O Projeto de Emenda à Lei Orgânica Municipal (Pelom) que autoriza o uso do armamento pelos guardas municipais, criado pela Câmara, já teve total apoio do partido.

O Pelom original enviado pelo governo municipal armava a “nova força” excluindo a guarda e obrigava o acautelamento, expondo ao perigo os profissionais de segurança.

Houve uma mudança mas que não ficou clara em relação à Guarda. O PL trabalhou para o tópico ficar claro e assim dificultar a criação da milícia do prefeito.

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