
A bancada do PT no Rio de Janeiro acionou o Ministério Público Federal e o Ministério Público Estadual nesta quinta-feira (27), pedindo a proibição de um almoço comemorativo ao golpe militar de 1964, marcado para o dia 31 de março, na sede do Clube Militar, no Jardim Botânico, zona sul do Rio. O evento foi anunciado como uma “rememoração do movimento democrático de 31 de março de 1964”.
No ofício enviado às instituições, os parlamentares argumentam que a celebração representa “apologia a crimes contra a democracia e a ordem constitucional” e pedem a abertura de investigações sobre os objetivos do evento, além da responsabilização civil e criminal dos organizadores e participantes.
“O referido evento, ao celebrar um período marcado pela supressão do Estado Democrático de Direito, pela violação sistemática de direitos humanos e pela instauração de um regime autoritário, configura apologia a crimes contra a democracia”, diz o documento.
Líder da bancada do partido na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), a deputada Marina do MST (PT) declarou: “A glorificação de um dos períodos mais obscuros da história brasileira é uma afronta à memória das famílias vítimas dessa violência e incita a população a ideias fascistas e antidemocráticas, como as que motivaram o atentado de 8 de janeiro de 2023.”
A vereadora Maíra do MST (PT) também criticou o evento: “Estamos vivendo uma escalada autoritária que tenta, mais uma vez, silenciar vozes comprometidas com a democracia e com os direitos do povo brasileiro. Não vamos aceitar que o passado de violência, censura e tortura seja tratado como comemoração. Nosso compromisso é com a memória, a verdade e a justiça.”
O evento promovido pelos presidentes dos clubes militares das três Forças Armadas tem ingressos a R$ 100 e será realizado na sede esportiva do Clube Militar. O anúncio oficial classifica o encontro como um “almoço por adesão para comemorar os 61 anos desse evento histórico”.